ESPANHA

Presidente da Catalunha cogita novas eleições e descarta concessões à esquerda radical

Artur Mas se tornou o principal obstáculo para que os independentistas possam formar o governo depois de obter a maioria do Parlamento regional nas eleições de setembro

Da AFP
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Publicado em 05/01/2016 às 11:37
Foto: JOSEP LAGO / AFP
Artur Mas se tornou o principal obstáculo para que os independentistas possam formar o governo depois de obter a maioria do Parlamento regional nas eleições de setembro - FOTO: Foto: JOSEP LAGO / AFP
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O presidente da Catalunha, o independentista Artur Mas, descartou nesta terça-feira (5) a possibilidade de fazer novas concessões à esquerda radical separatista para conseguir ser novamente escolhido e afirmou estar preparado para convocar novas eleições nesta região do nordeste da Espanha.

"Não se pode ceder mais", disse Mas. E se a esquerda radical CUP, contrária a sua eleição, não retificar, "estou preparado, a contragosto porque não é que queríamos nem o que eu quero, para assinar na segunda-feira o decreto de convocação das eleições", advertiu.

A figura de Artur Mas, presidente regional desde 2010 e convertido ao independentismo dois anos depois, se tornou o principal obstáculo para que os independentistas possam formar o governo depois de obter a maioria absoluta do Parlamento regional nas eleições de 27 de setembro.

A coalizão 'Junts pel Sí', formada principalmente pelo partido liberal CDC de Mas e o esquerdista ERC, obteve a eleição de 62 deputados e precisava do apoio de dois da CUP (10 cadeiras), também independentista mas contrário a Mas pelos escândalos de corrupção em seu partido e pelas políticas de austeridade que aplicou durante seu governo.

Após meses de negociações entre a coalizão e a esquerda radical, a CUP, com sua militância muito dividida, anunciou no domingo a manutenção do veto ao líder conservador. 

Se a situação não mudar, no domingo (10) o primeiro Parlamento com maioria independentista na Catalunha será dissolvido e na segunda-feira (11) serão convocadas novas eleições para 6 de março.

"Até domingo há tempo para que aconteça a posse, mas quero deixar outra coisa muito clara: 'Junts pel Sí' já fez tantas ofertas que não podemos fazer mais", disse Mas.

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