CRISE MIGRATÓRIA

Merkel criticada por política de refugiados após agressões sexuais na Alemanha

A polícia alemã informou que recebeu mais de 100 denúncias de mulheres agredidas na noite de 31 de dezembro

Da AFP
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Publicado em 06/01/2016 às 12:18
Foto: JOHN MACDOUGALL / AFP
A polícia alemã informou que recebeu mais de 100 denúncias de mulheres agredidas na noite de 31 de dezembro - FOTO: Foto: JOHN MACDOUGALL / AFP
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As críticas à chanceler Angela Merkel se tornaram mais intensas por sua política de portas abertas aos refugiados após a onda de agressões sexuais na noite de ano novo em Colonia, que os detratores atribuem aos migrantes.

Os casos registrados em Colonia, destaque em toda a imprensa, complicam a tarefa da chanceler neste início de ano, com o ressurgimento do medo entre a opinião pública em consequência do fluxo sem precedentes de migrantes, procedentes da Síria, Iraque ou Afeganistão, e as dúvidas sobre a capacidade da Alemanha de integrá-los ao país.

A polícia informou à AFP que recebeu mais de 100 denúncias de mulheres agredidas na noite de 31 de dezembro.

Merkel deve enfrentar na Baviera (sudeste) a fúria do braço local de sua coalizão política, a CSU, que a convidou para a primeira reunião do ano com o objetivo de voltar a explicar por que considera perigoso para o país a aposta nos refugiados.

"Se os demandantes de asilo ou refugiados participam em agressões como as de Colonia, os atos devem representar o fim imediato de sua estadia na Alemanha", afirmou o secretário-geral da CSU, Andreas Acheuer.

Apesar da afirmação das autoridades de que não existem provas do envolvimento de refugiados nas agressões, os críticos da chanceler insistem em culpá-los, com base nos depoimentos de vítimas que mencionam criminosos de aparência "norte-africana" ou "árabe".

Após os incidentes, "a Alemanha já é suficientemente aberta ao mundo e multicolor para você, senhora Merkel?", perguntou em tom de ironia Frauke Petry, líder do partido populista Alternativa para a Alemanha, que avança nas pesquisas há vários meses e deve entrar em três parlamentos regionais nas eleições de março.

As teorias da conspiração ganham força na internet e entre os movimentos populistas, com acusações aos grandes meios de comunicação, que teriam optado pelo silêncio a respeito do ocorrido em Colonia, segundo os críticos, para não alimentar o discurso contrários aos migrantes.

Como acontece há vários meses no que diz respeito aos refugiados, vários sites de notícias optaram por fechar os comentários nas páginas com informações sobre o tema para evitar que se transformasse em verdadeiros fóruns de ofensas xenófobas ou racistas.

A polícia local não informou sobre os casos da noite de ano novo até segunda-feira, três dias depois, e não explicou a magnitude das agressões até terça-feira, o que irritou o ministério do Interior pela inércia das forças de segurança em 31 de dezembro.

O ministério afirmou que não devem existir tabus sobre a origem estrangeira dos agressores, mas também pediu que os refugiados não sejam estigmatizados.

Outros atos similares de menor alcance foram denunciados em Hamburgo (norte) e em Stuttgart (sudoeste) em 31 de dezembro.

Neste cenário, a pressão sobre Merkel para que estabeleça um limite de demandantes de asilo continua crescendo, ainda mais quando, apesar do frio, a chegada de refugiados não diminui e permanece ao ritmo de milhares por dia. 

Em dezembro, o país recebeu 127.320 demandantes e no conjunto de 2015 um total de 1,1 milhão.

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