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O alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, Ra'ad Zeid al Hussein, insistiu nesta segunda-feira (1º) que não deve haver uma anistia para os autores de crimes de guerra e crimes contra a humanidade cometidos na Síria no âmbito das negociações de Genebra.
"Temos uma posição de princípio nas Nações Unidas, que nenhuma anistia deve ser concedida para aqueles que são suspeitos de crimes contra a humanidade ou crimes de guerra", afirmou o comissário em Genebra.
"Esperamos que, durante as negociações (sobre a Síria), os mediadores insistam claramente neste ponto ante as partes em conflito", acrescentou.
Al Hussein desejou que depois de "cinco anos deste espetáculo macabro" de "execuções públicas" na Síria, as negociações conduzidas pelo mediador da ONU, Staffan de Mistura, "acabem com estes abusos horríveis dos direitos humanos, com as violações do direito internacional humanitário".
Em tais negociações, "quando encaramos o fim de um conflito, a anistia é tida em conta", afirmou Al Hussein, referindo-se às negociações entre a oposição e o governo.
"No caso da Síria, estamos aqui para lembrar a todos que em qualquer lugar que haja denuncias de crimes de guerra ou crimes contra a humanidade não será aceito anistia", acrescentou.
"Quando vemos a fome ser imposta à população de Madaya, quando sabemos que há mais quinze cidades sitiadas, não é simplesmente um crime de guerra, mas um crime contra a humanidade", acrescentou.
A cidade de Madaya, onde vivem mais de 40 mil pessoas sitiadas pelas forças do governo sírio, tornou-se o símbolo do sofrimento da população civil desde o início da guerra, em 2011.
De acordo com a organização Médicos Sem Fronteiras (MSF), 46 pessoas morreram de fome em Madaya desde 1º de dezembro.