A França rejeitou nesta sexta-feira (19) um projeto de resolução russo sobre a Síria e acusou Moscou de ser o responsável por uma "perigosa escalada", antes de o Conselho de Segurança da ONU iniciar consultas sobre o conflito sírio.
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"Para resumir, não", respondeu o embaixador francês na ONU, François Delattre, a um jornalista que lhe perguntou se o projeto russo que denuncia as atividades militares da Turquia poderia ser aprovado. Delattre também advertiu para o risco de "escalada militar incontrolável que nos levaria a um território desconhecido". Ele acrescentou que isto poderia terminar em "uma guerra de grandes proporções".
"Esta perigosa escalada militar é o resultado direto da ofensiva brutal no norte da Síria realizada pelo regime sírio e seus aliados", acrescentou o embaixador, em alusão às operações militares das forças do governo do presidente Bashar al Assad, apoiadas pela aviação russa, contra grupos rebeldes. "A Rússia deve compreender que seu apoio unilateral e incondicional a Bashar al Assad é um impasse extremamente perigoso", declarou o embaixador.
Delattre pediu o fim das hostilidades, a retomada das negociações de paz - interrompidas desde o começo de fevereiro - e a instalação de um acesso humanitário "sem restrições" para socorrer a população síria. O texto russo foi submetido a estudo pelos outros 14 países do Conselho durante as consultas a portas fechadas.
O projeto pede para "respeitar plenamente a soberania da Síria, cessar imediatamente os tiros de artilharia e as incursões através da fronteira (com a Turquia) e a abandonar toda tentativa de levar adiante uma intervenção terrestre estrangeira em todo o território sírio".
A proposta, à qual a AFP teve acesso mediante uma cópia, não nomeia a Turquia, mas claramente faz alusão aos ataques turcos contra as milícias curdas que operam no norte da Síria e às declarações de autoridades turcas que preconizam uma ofensiva terrestre na Síria.
Segundo os diplomatas, é muito difícil que este projeto seja adotado. Dos 15 membros do Conselho, o texto foi repudiado em seguida por França, Estados Unidos, Nova Zelândia, Reino Unido e Espanha, indicou um diplomata.