Um potencial conflito no Sul da Líbia tem passado despercebido, mas pode permitir a entrada do grupo extremista Estado Islâmico na África Subsaariana, alertam analistas.
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O Estado Islâmico consolidou a sua presença na costa do Norte da Líbia e vários especialistas citados pela agencia France Presse (AFP) estão preocupados com a possibilidade de que os extremistas estejam tentando entrar na região remota de Fezzan, no Sudoeste do país.
No cruzamento entre a Argélia, o Níger e Chad, Fezzan oferece lucrativas fontes de rendimento resultantes do contrabando, servindo já de esconderijo para a Al Qaeda e outros grupos extremistas no Magreb Islâmico (Aqmi).
Essa é uma das principais rotas de droga da África, utilizada por migrantes da área subsaariana que tentam chegar à Europa, bem como por mercenários estrangeiros, a maioria africanos, que querem se juntar ao Estado Islâmico em Sirte, seu reduto no Nordeste da Líbia.
Ao se encaminhar para o Sul, por meio de Fezzan, o Estado Islâmico poderá ligar-se ao Boko Haram, seu braço na Nigéria, bem como disponibilizar uma opção de retaguarda em caso de um ataque internacional às suas posições na costa do Mediterrâneo, indicam os analistas.
No entanto, a região desértica permanece como um “buraco negro” em termos de informação e pouco de sabe da presença do Estado Islâmico atualmente.
Por enquanto, a prioridade do grupo é manter o controle na zona norte, afirma Jerome Tubiana, investigador do think-tank Small Arms Survey.
“Apesar disso, descer na direção do Níger, estabelecer laços com o Boko Haram – o braço do Estado Islâmico na África Ocidental – e competir com o Aqmi é claramente tentador para o Estado Islâmico”, disse.