Três explosões no aeroporto e no metrô de Bruxelas na manhã desta terça-feira (22) deixaram mais de 30 mortos e quase 200 feridos, em um novo ataque ao coração da Europa, quatro meses depois dos atentados de Paris.
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Duas explosões aconteceram no aeroporto internacional de Zaventem, nordeste da capital belga, com um balanço provisório de pelo menos 14 mortos e 96 feridos, segundo o corpo de bombeiros.
Uma das detonações teria sido provocada por "um homem-bomba", afirmou o procurador federal da Bélgica, Frederic Van Leeuw.
Outra explosão um pouco mais tarde no metrô de Bruxelas, na estação Maalbeek, em pleno coração do bairro europeu, deixou "provavelmente 20 mortos e 106 feridos", afirmou o prefeito da cidade, Yvan Mayeur, em uma entrevista coletiva.
"Temíamos um atentado terrorista e aconteceu", afirmou o primeiro-ministro Charles Michel em uma entrevista coletiva, na qual pediu à população "tranquilidade e solidariedade".
Michel chamou os atentados de "cegos, violentos e covardes", que deixaram "muitos mortos, muitos feridos graves".
As explosões desta terça-feira acontecem após a detenção na sexta-feira em Bruxelas de Saleh Abdeslam, principal suspeito dos ataques terroristas de Paris em novembro, que deixaram 130 mortos, após quatro meses de fuga.
- Tiros e gritos em árabe -
Duas explosões quase simultâneas atingiram a área de embarque do aeroporto internacional de Bruxelas pouco depois das 8H00 (4H00 de Brasília).
"O teto caiu, havia um cheiro de pólvora", contou à AFP Jean Pierre Lebeau, um francês que acabara de chegar de Genebra.
"Um homem gritou palavras em árabe e escutei uma grande explosão", disse à AFP Alphonse Lyoura, que trabalha no setor de bagagens dos voos para a África
"Era um pânico geral. Eu me escondi e esperei cinco, seis minutos. Algumas pessoas vieram me pedir ajuda", acrescentou, mostrando as mãos ensanguentadas.
"Ajudei ao menos sete feridos. Tiraram cinco corpos que já não se moviam. Muito perderam as pernas".
Uma hora depois do ataque ao aeroporto, centenas de pessoas ainda eram retiradas do local.
Imagens exibidas por canais de televisão mostraram cenas de pânico, com centenas de passageiros fugindo do terminal, em meio à fumaça e aos vidros quebrados.
- Horror no metrô -
Quase uma hora depois dos ataques no aeroporto, outra explosão foi registrada em uma estação de metrô de Maalbeek, quando muitas pessoas entravam no local. A estação fica no coração do bairro das instituições europeias.
O prefeito Mayeur afirmou que a situação no metrô era "caótica", com um "trabalho importante para identificar as vítimas" e um balanço provisório.
"A explosão foi muito violenta, a ponto de derrubar três muros em um estacionamento subterrâneo da estação", afirmou o porta-voz dos bombeiros.
Um jornalista da AFP observou do lado de fora da estação 15 pessoas, com os rostos ensanguentados, recebendo atendimento médico.
Imagens da TV mostraram um vagão de metrô completamente destruído.
Vídeo gravado por brasileiro mostra momento do atentado terrorista desta terça (22), em Bruxelas, na Bélgica. Atenção: as imagens são fortes. Pelo menos 34 pessoas morreram e mais de 200 ficaram feridas. Estado Islâmico reivindicou a autoria do atentado.
Publicado por Jornal do Commercio em Terça, 22 de março de 2016
- Reforço da segurança -
O ministro do Interior, Jan Jambon, elevou o alerta de ameaça terrorista no país ao nível máximo.
Em meio ao estado de alerta e a grande confusão, membros do esquadrão anti-bombas do exército detonaram um pacote suspeito no aeroporto.
O canal de televisão VTM informou que se tratava de um colete de explosivos.
As autoridades belgas fecharam o metrô, o aeroporto, o serviço de bondes, ônibus, assim como as principais estações ferroviárias da capital.
A Comissão Europeia pediu aos funcionários que não compareçam ao trabalho ou permaneçam nos escritórios.
O centro de crise do governo belga solicitou aos moradores de Bruxelas que permaneçam em casa.
As autoridades também reforçaram a vigilância nas centrais nucleares do país com "medidas de segurança adicionais", informou à AFP um porta-voz da Agência Federal de Controle Nuclear (AFCN).
Ao mesmo tempo, as autoridades de vários países europeus reforçaram a segurança em seus aeroportos e fronteiras. Grã-Bretanha, França, Alemanha, Holanda e Dinamarca anunciaram a intensificação dos controles.
Além disso, a linha Eurostar, que liga Paris e Londres com Bruxelas por trem, suspendeu as viagens à capital belga.
O presidente americano Barack Obama condenou os atentados e afirmou que os Estados Unidos farão tudo o que for possível para perseguir os autores.
"Devemos estar juntos, independente da nacionalidade, da raça ou da fé na luta contra o flagelo do terrorismo", afirmou o presidente americano durante sua visita a Cuba.
"Podemos e vamos derrotar quem ameaça a proteção e a segurança das pessoas do mundo todo", acrescentou.
O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, informou que dois colombianos estão entre os feridos, sendo que um deles em estado grave.