ATENTADOS

Abdeslam desistiu 'de se explodir' nos ataques de 13/11 em Paris

"Desisti quando estacionei o carro", afirmou Abdeslam à polícia local

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Publicado em 02/04/2016 às 18:28
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"Desisti quando estacionei o carro", afirmou Abdeslam à polícia local - FOTO: Foto: AFP
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Salah Abdeslam "se negou voluntariamente a se explodir" durante a onda de atentados de 13 de novembro de 2015 em Paris e periferia, afirmou, na noite de sexta-feira, seu irmão, Mohamed Abdeslam, ao canal francês BFMTV.

"Se eu quisesse, teria feito mais vítimas. Felizmente, não fui até o fim", revelou Salah Abdeslam a seu irmão, Mohamed, que o visitou nesta sexta-feira na prisão de Bruges, no norte da Bélgica.

Segundo Mohamed Abdeslam, seu irmão Salah, detido no dia 18 de março, em Bruxelas, após quatro meses foragido e a ponto de ser extraditado para a França, "quer colaborar porque tem que prestar contas, mas não à Bélgica".

Salah Abdeslam havia negado qualquer envolvimento nos ataques de 22 de março em Bruxelas, sobre os quais foi informado pela televisão em sua cela.

Ele foi capturado quatro dias antes dos atentados no metrô e no aeroporto da capital belga, que deixaram 32 mortos no total.

Segundo trechos de seu depoimento na Bélgica, citados pelo jornal francês Le Monde e pelo BFMTV no dia 25 de março, Salah Abdeslam minimizou sua participação nos atentados de 13 de novembro.

Na noite de 13 de novembro, o décimo homem dos atentados jihadistas de Paris e Saint-Denis, ao norte da capital, contou que deveria ir ao Stade de France, sem ingresso, "para se explodir". 

"Desisti quando estacionei o carro. Deixei os três passageiros, arranquei e circulei sem destino", declarou à polícia.

Os investigadores se perguntam se não estaria mais encarregado do atentado no norte de Paris, mencionado na reivindicação do grupo extremista Estado Islâmico, mas que não foi executado.

A justiça belga autorizou, na quinta-feira, a extradição para a França deste suspeito-chave.

"Salvo circunstância excepcional", será transferido para a França "em um prazo de dez dias", assegurou o ministro francês da Justiça, Jean-Jacques Urvoas.

"Deseja colaborar com as autoridades francesas", assegurou Cédric Moisse, um dos advogados do único sobrevivente da operação que matou 130 pessoas na capital francesa, que se expressou a princípio, mas guarda silêncio desde o dia seguinte de sua detenção em Bruxelas.

Francês de origem belga, de 26 anos, Salah Abdeslam, criado no bairro Molenbeek, de Bruxelas, parece estar no coração da rede do Estado Islâmico que semeou a morte em Paris e posteriormente Bruxelas.

Segundo o promotor de Paris, François Molins, ele teve "um papel central na constituição do grupo de 13 de novembro" participando "na chegada de certo número de terroristas a Europa", e "na preparação logística desses atentados".

Sua detenção, depois de quatro meses foragido, segundo a polícia, parece ter precipitado o triplo atentado suicida no aeroporto e no metrô de Bruxelas.

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