A decisão do governo francês de voltar a incluir o Panamá em uma lista de paraísos fiscais é "equivocada" e "desnecessária", porque o governo panamenho está "comprometido com a transparência" - manifestou o presidente do país centro-americano, Juan Carlos Varela, nesta sexta-feira.
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"Quero deixar bem claro que a medida tomada pelo governo da França é uma medida equivocada e desnecessária, ainda mais quando houve uma comunicação entre ambos os chefes de Estado e quando o mundo requer a cooperação multilateral de todos os países para enfrentar problemas globais", disse Varela à imprensa.
"O Panamá ratifica seu compromisso com a transparência e, sobretudo, com continuar lutando junto com todos os países para, por meio da cooperação e da diplomacia, obter os resultados que se está buscando", acrescentou o presidente panamenho.
As declarações de Varela foram dadas depois da inclusão do país na lista de paraísos fiscais da França, em função do vazamento dos chamados "Panama Papers".
Esses documentos mostram como o escritório de advogados panamenho Mossack Fonseca criou empresas "offshore" que possibilitaram a evasão de impostos de personalidades do mundo todo. O vazamento gerou fortes críticas ao sistema financeiro do Panamá.
Varela anunciou ainda que, na próxima terça-feira, o ministro panamenho da Economia e das Finanças, Dulcidio de la Guardia, vai a Paris para levar uma posição do país "digna, respeitosa e aberta ao diálogo".
Segundo o presidente, outra mensagem que será levada pelo ministro é que "o caminho que o Panamá escolheu - o da luta pela transparência no nosso país, na região e no mundo - é um caminho irreversível".