Os locais de votação para as eleições legislativas organizadas pelo regime sírio e criticadas pela oposição abriram as portas nesta quarta-feira (12), ao mesmo tempo que o país enfrenta o aumento da violência após semanas de cessar-fogo.
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Nas regiões sob controle do governo - um terço do território e 60% da população -, os centros de votação abriram às 7h (1h de Brasília) e devem fechar às 19H00 (13H00 de Brasília), exceto se a comissão eleitoral decidir prorrogar o prazo.
Esta é a segunda eleição desde o início da guerra em 2011 e 11.341 candidatos se inscreveram para a disputa das 250 cadeiras em jogo.
Ao fim do processo ficaram apenas 3.500 candidatos. "Os outros se retiraram por considerarem que não tinham chance de vitória", disse o presidente do Comitê Jurídico Supremo das Eleições, o juiz Hicham al-Shaar.
Os muros de Damasco estão cobertos com cartazes de candidatos, mas no teto de um dos maiores edifícios da cidade está uma propaganda do partido Baath, que governa o país há mais de 50 anos, com a frase "As eleições da resistência".
A votação coincide com o início da segunda sessão de negociações indiretas entre o regime de Bashar al-Assad e a oposição, com a mediação da ONU em Genebra.
A consulta acontece no momento em que o país está a um passo de cair novamente em uma guerra complexa que opõe o regime, rebeldes moderados e islamitas, além dos grupos extremistas Estado Islâmico (EI) e Frente Al-Nosra, braço sírio da Al-Qaeda.
Estas eleições são "ilegítimas" para os opositores dentro e fora do país, assim como para os países ocidentais. Mas a Rússia, grande aliada do regime, considera que estão "de acordo com a atual Constituição síria". A ONU defende a celebração de eleições gerais em 2017.
O resultado deve ser parecido com o das eleições de maio de 2012, segundo analistas. Pela primeira vez, vários partidos foram autorizados a participar, mas o Baath obteve a maioria dos 250 deputados eleitos para um mandato de quatro anos.