MUÇULMANOS

Naufrágio mata 21 integrantes da minoria muçulmana em Mianmar

Os mortos eram da minoria rohingya, e não tinham acesso a direitos fundamentais

Da AFP
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Publicado em 20/04/2016 às 7:45
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Os mortos eram da minoria rohingya, e não tinham acesso a direitos fundamentais - FOTO: Foto: STR / AFP
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Vinte e um membros da minoria muçulmana rohingya, sem acesso a direitos fundamentais em Mianmar, morreram na terça-feira em um naufrágio, informou a ONU, que fez um apelo nesta quarta-feira (20) por uma solução para este grupo.

"Registramos muitos rohingyas mortos ou desaparecidos, incluindo crianças. Temos que encontrar uma solução", escreveu no Twitter Yanghee Lee, relator especial da ONU para Mianmar.

A ONU divulgou um balanço de 21 mortos, incluindo nove crianças, no naufrágio. Uma fonte local, que pediu anonimato, confirmou que os passageiros do bote eram "bengaleses".

A palavra "rohingya" é tabu em Mianmar, inclusive para o governo da Prêmio Nobel da Paz Aung San Suu Kyi, que assumiu o poder há algumas semanas.

Nenhuma autoridade birmanesa, incluindo Suu Kyi, pronuncia o termo, aceito internacionalmente, "rohingya", e se refere a eles como "bengaleses".

Os rohingya, uma minoria de mais de um milhão de pessoas, presente em Mianmar há várias gerações, são considerados imigrantes ilegais procedentes de Bangladesh.

Muitos deles vivem em acampamentos no estado de Rakhin, oeste de Mianmar, em condições criticadas pela comunidade internacional.

Eles não têm acesso à educação, saúde ou ao mercado de trabalho. Até os deslocamentos são limitados. Precisam de autorização inclusive para entrar em hospitais.

Este último ponto provocou a tragédia de terça-feira. Quase 60 rohingyas seguiam do acampamento de Sin Tet Maw para a cidade vizinha de Sittwe.

"Eles haviam sido autorizados a passar um dia em Sittwe, para ir ao mercado", disse à AFP Pierre Peron, porta-voz do Escritório para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA na sigla em inglês) da ONU

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