Tropas iemenitas apoiadas por aviões da coalizão árabe sob comando saudita mataram mais de 800 supostos membros da Al-Qaeda, em uma ampla ofensiva no sul do país que permitiu retomar dos extremistas uma capital provincial.
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De acordo com fontes militares, as forças oficiais recuperaram o controle da cidade de Mukalla, capital da província de Hadramut (sudeste), que estava sob controle da Al-Qaeda desde abril de 2015, e de um terminal de petróleo.
"A operação resultou em suas primeiras horas na morte de mais de 800 membros da Al-Qaeda e de alguns de seus dirigentes, assim como na fuga dos demais jihadistas do grupo", anunciou nesta segunda-feira o comando da coalizão árabe que está presente no Iêmen há mais de um ano.
O balanço não pôde ser comprovado com fontes independentes. A coalizão não divulgou informações sobre eventuais vítimas civis.
A ofensiva do exército iemenita, apoiado por "forças especiais da Arábia Saudita e dos Emirados Árabes Unidos", segundo o comunicado, tinha por objetivo recuperar "o controle das cidades que caíram nas mãos da Al-Qaeda, em particular Mukalla, considerada um reduto do grupo".
"Entramos no centro da cidade e não encontramos nenhuma resistência por parte dos jihadistas da Al-Qaeda, que recuaram para o oeste", afirmou à AFP uma fonte militar que pediu anonimato.
De acordo com a mesma fonte, os quase 200.000 habitantes de Mukalla pediram aos extremistas que não entrassem em combate para evitar danos à cidade.
Além de Mukalla, as forças iemenitas recuperaram o aeroporto e uma unidade militar da Al-Qaeda nos arredores da cidade, assim como o terminal de petróleo de Mina al-Dhaba, ao leste, segundo fontes militares.
Arábia Saudita e os Emirados são os dois pilares da coalizão árabe, que iniciou a intervenção no Iêmen em março de 2015 para apoiar o governo do presidente Abd Rabbo Mansur Hadi na guerra contra os rebeldes xiitas huthis, apoiados pelo Irã. Os insurgentes assumiram o controle de vários territórios e mantêm o domínio da capital Sanaa.
A Al-Qaeda na Península Arábica (AQPA), com forte presença no Iêmen, e o grupo Estado Islâmico (EI) aproveitaram o caos da guerra para ampliar sua influência no sul e sudeste do país.
A Al-Qaeda assumiu o controle de Mukalla em 2 de abril de 2015 e determinou importantes restrições à população local, além de ter destruído mausoléus e túmulos muçulmanos históricos.
A operação no sul do Iêmen aconteceu no momento em que representantes dos rebeldes huthis e do governo participam, desde quinta-feira, em conversações de paz no Kuwait, cim mediação da ONU. Uma trégua foi instaurada em 11 de abril, mas não envolve os grupos jihaditas.
No domingo, um carro-bomba matou sete soldados em um em Zinjibar, sul do Iêmen, ataque atribuído à Al-Qaeda pelo exército.