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Novo bombardeio contra hospital em Aleppo e ONU tenta salvar trégua

O Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH) confirmou o bombardeio, mas sem divulgar números

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Publicado em 03/05/2016 às 9:35
Foto: KARAM AL-MASRI / AFP
O Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH) confirmou o bombardeio, mas sem divulgar números - FOTO: Foto: KARAM AL-MASRI / AFP
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Um bombardeio dos rebeldes contra um hospital na zona de Aleppo (norte), sob controle do regime, deixou ao menos três mortos, enquanto o emissário da ONU chegou à Rússia para tentar salvar a trégua na Síria.

O emissário das Nações Unidas, Staffan de Mistura, que se encontrou na véspera, em Genebra, com o secretário de Estado americano John Kerry, mantém nesta terça uma reunião com o ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov.

"Espero que o mais rápido possível, talvez dentro das próximas horas, uma decisão será tomada sobre o cessar-fogo na Síria", afirmou o chefe da diplomacia russa um pouco antes do encontro.

No terreno, ao menos três pessoas morreram e 17 ficaram feridas nesta terça em um bombardeio rebelde contra um hospital da região de Aleppo (norte) controlada pelo regime sírio, segundo informou a agência oficial Sana.

"Vários obuses disparados por rebeldes contra o hospital Al-Dabit, no bairro da Mohafaza, no centro de Aleppo, deixaram três mortos e 17 feridos, segundo um balanço preliminar", afirma a agência.

O Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH) confirmou o bombardeio, mas sem divulgar números.

Em Raqa, principal reduto do grupo extremista Estado Islâmico (EI) na Síria, ao menos 13 civis morreram em ataques aéreos, ainda segundo o OSDH.

As aeronaves, que o OSDH não soube indicar se eram russos ou da coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos, executaram mais de 35 ataques em Raqa, de acordo com a ONG.

De acordo com Rami Abdel Rahman, o diretor do OSDH, "Raqa não era alvo de ataques aéreos tão intensos há várias semanas".

"Os ataques duraram a noite toda", disse.

Segundo o OSDH, vários bairros foram atingidos e ao menos 13 civis morreram, assim como cinco integrantes do EI. Dezenas de pessoas ficaram feridas.

Tentativas em Genebra

Aleppo voltou a ser bombardeada nesta segunda-feira, enquanto Kerry agia em Genebra para tentar acabar com o banho de sangue.

O conflito na Síria está "em muitos aspectos fora de controle", advertiu o secretário de Estado em entrevista coletiva em Genebra.

O secretário de Estado, que tenta salvar a trégua instaurada há dois meses na Síria, fez a declaração após uma reunião com o enviado especial da ONU para a Síria, Staffan de Mistura.

"Estamos preparando um sistema de controle do cessar-fogo muito melhor", declarou Kerry. "Teremos pessoas adicionais trabalhando em Genebra, 24 horas por dia, sete dias da semana".

Ao mesmo tempo, De Mistura, afirmou que é preciso "vontade política" para realizar o trabalho.

Kerry acrescentou que durante o dia conversará por telefone com seu colega russo.

O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, pediu a Washington e Moscou que "redobrem seus esforços para obter o retorno da trégua", que entrou em vigor no dia 27 de fevereiro.

Mais de 250 civis, incluindo 50 crianças, morreram desde a retomada dos combates em Aleppo (norte) em 22 de abril, a maioria em bombardeios do regime sírio de Bashar al-Assad, em violação à trégua que entrou em vigor no dia 27 de fevereiro.

O principal problema atual para restabelecer a trégua é a situação em Aleppo, a grande cidade do norte do país dividida entre setores rebeldes e governamentais, cenário de bombardeios incessantes .

O conflito sírio deixou mais de 270.000 mortos desde 2011.

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