Um novo plano da ONU para superar a pior crise de refugiados desde a Segunda Guerra Mundial propõe o reassentamento de pelo menos 10% dos refugiados por ano, exercendo pressão sobre os países, para que abram suas portas a quem foge das guerras e dos desastres naturais.
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O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, delineou na segunda-feira (9) a proposta para um novo Pacto Global sobre Responsabilidade Compartilhada para resolver a crise de 60 milhões de refugiados e deslocados em todo o mundo.
A ONU espera que o novo acordo alivie parte da carga que recai sobre os países em desenvolvimento nessa crise, alimentada pelos cinco anos de guerra na Síria e outros conflitos.
A proposta pretende reassentar por ano pelo menos 10% da população refugiada total, que ultrapassa 19,6 milhões, sob um esquema a ser negociado na ONU.
"Com responsabilidades equitativas compartilhadas, não teria por que ocorrer uma crise nos países de acolhida", disse Ban.
"Podemos ajudar e sabemos o que temos que fazer, mas frequentemente o medo, a ignorância e a xenofobia se colocam no caminho", afirmou.
O plano da ONU foi apresentado em meio à dificuldade da União Europeia em lidar com sua própria crise de refugiados.
Um acordo entre a UE e a Turquia, que aceitou receber os migrantes rejeitados pela Europa em troca de uma série de concessões, enfrenta obstáculos e o bloco negocia como distribuir os refugiados.
Mais de 184.000 migrantes já chegaram à Europa pelo mar ao longo deste ano. No mesmo período do ano passado o continente havia recebido cerca de 49.000.
Espera-se que o Pacto Global sobre os refugiados seja aprovado em uma cúpula da ONU em 19 de setembro, que deve ser seguida por uma conferência nos Estados Unidos.
O presidente Barack Obama será o anfitrião dessa conferência, que se realizará à margem da Assembleia Geral da ONU, para pedir aos países que se comprometam a anunciar o número de refugiados que estão dispostos a receber e qualquer outra ajuda que estejam em condições de oferecer.