EUA

Trump obtém delegados para garantir nomeação republicana à Casa Branca

Esse é m feito que muito poucos consideravam possível há um ano

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Publicado em 26/05/2016 às 21:05
Foto: KENA BETANCUR / AFP
Esse é m feito que muito poucos consideravam possível há um ano - FOTO: Foto: KENA BETANCUR / AFP
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O bilionário Donald Trump declarou, nesta quinta-feira (26), ter conseguido os delegados necessários para garantir a nomeação do Partido Republicano para as eleições presidenciais de novembro nos Estados Unidos, um feito que muito poucos consideravam possível há um ano.

"Sinto-me honrado", disse Trump, em coletiva de imprensa, cercado de um punhado de delegados que anunciaram seu apoio na convenção partidária, permitindo-lhe superar a barreira dos 1.237 representantes para selar sua vitória.

"As pessoas que nos apoiam nos permitiram superar a barreira" do número mínimo de delegados, prosseguiu Trump na coletiva em Bismarck, Dakota do Norte (noroeste), acompanhado no palco por delegados deste estado, que declararam apoio ao empresário na convenção do partido.

Mais cedo nesta quinta-feira (26), pesquisas da agência Associated Press e das redes CNN e ABC já tinham indicado o apoio a Trump de 1.238 delegados, um a mais do que os 1.237 necessários para sua indicação.

O Partido Republicano não anunciará os resultados oficiais até a convenção prevista para 18 a 21 de julho, em Cleveland (Ohio), e por isso, diversas organizações fazem suas próprias contagens.

De qualquer forma, todos os analistas concordam que Trump obteria de qualquer maneira os 1.237 delegados necessários durante a primária republicana a ser realizada em 7 de junho, na Califórnia.

 

CANDIDATO INALCANÇÁVEL

O polêmico bilionário pegou de surpresa todo o sistema político americano, ao lançar sua candidatura presidencial no segundo semestre do ano passado, um passo inicialmente recebido com ironia pelos dirigentes do Partido Republicano.

Detestado por estes líderes, Trump decidiu enfrentar a formidável máquina política e financeira republicana e, em sua campanha, arrasou sem piedade nada menos que 16 adversários, inclusive "pesos-pesados" como Jeb Bush, ex-governador da Flórida, filho e irmão de ex-presidentes.

Aproveitando-se de uma oratória em alguns momentos confusa, mas sempre incendiária, Trump foi abrindo caminho com propostas muitas vezes polêmicas, como construir um muro na fronteira com o México, expulsar 11 milhões de imigrantes ilegais do país ou barrar a entrada de muçulmanos ao território americano.

Ele tampouco poupou artilharia verbal contra dirigentes do próprio Partido Republicano que se colocaram em seu caminho, como a governadora do Novo México, Susana Martínez, que poderia ter-lhe aberto as portas ao apoio de parte da comunidade hispânica.

A quarta-feira, um ato público de Trump em Anaheim, Califórnia, terminou com uma enorme operação policial nas imediações para dispersar manifestantes contrários à sua candidatura. Pelo menos oito pessoas foram detidas.

Um dia antes, outro ato de Trump em Albuquerque (Novo México) terminou com vários policiais feridos, após o caos criado nos arredores do local onde era realizado o evento.

No entanto, Trump o denominou de "festa de amor".

 

ONSTÁCULOS A VENCER

Apesar do sucesso nas primárias, Trump ainda tem pela frente a resistência de parte da direção do partido, em especial do influente Paul Ryan, presidente da Câmara de Representantes, que insiste em que não está pronto para apoiar o bilionário.

 

Ryan - o político republicano de mais elevado perfil na atualidade - disse nesta quinta-feira que sua preocupação fundamental era trabalhar pela unidade partidária das eleições.

Para isto, disse, é necessário ter "unidade real no partido, não uma unidade fingida".

Na eleição presidencial, Trump muito provavelmente enfrentará a ex-secretária de Estado americana, Hillary Clinton, franca favorita nas prévias do Partido Democrata, mas que não consegue liquidar sua luta voto a voto com o senador Bernie Sanders.

A campanha de Hillary sofreu um pesado golpe na quarta-feira, com a divulgação do resultado de uma auditoria interna do Departamento de Estado, que criticou em termos duros o uso que ela fez de um servidor particular de e-mail para tratar assuntos oficiais.

Além disso, diversas projeções sobre as tendências de voto mostram que a vantagem que Hillary tinha sobre Trump literalmente se esfumou. Pelo menos uma das pesquisas inclusive já situa Trump à frente.

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