ATAQUES

Israel adota primeiras medidas após atentado palestino em Tel Aviv

Israel anunciou nesta quinta-feira (9) a suspensão das permissões de entrada de dezenas de milhares de palestinos durante o Ramadã, após a morte de quatro pessoas na quarta-feira (8)

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Publicado em 09/06/2016 às 7:25
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Israel anunciou nesta quinta-feira (9) a suspensão das permissões de entrada de dezenas de milhares de palestinos durante o Ramadã, após a morte de quatro pessoas na quarta-feira (8) - FOTO: Foto: JACK GUEZ / AFP
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Israel anunciou nesta quinta-feira (9) a suspensão das permissões de entrada de dezenas de milhares de palestinos durante o Ramadã, após a morte de quatro pessoas em um atentado cometido por dois palestinos em Tel Aviv na véspera.

"Todas as permissões concedidas pelo Ramadã, em particular as permissões destinadas às visitas familiares (para os palestinos) procedentes de Judeia-Samaria ficam congeladas", anunciou o COGAT, organismo de coordenação das atividades israelenses nos territórios palestinos.

"83.000 permissões ficam congeladas", completou o organismo. Judeia-Samaria é o nome utilizado pelo governo israelense para a Cisjordânia ocupada.

Uma parte das permissões envolve os palestinos que viajam a Jerusalém Oriental – a parte palestina de Jerusalém ocupada e anexada por Israel — durante o mês sagrado do jejum muçulmano, que começou na segunda-feira passada.

O governo israelense também decidiu congelar todos os pedidos de permissão dos habitantes de Gaza, um território separado geograficamente da Cisjordânia ocupada e de Jerusalém pelo território israelense.

Muitos habitantes de Gaza solicitam durante o Ramadã a possibilidade de sair de Gaza, um território submetido a um rígido bloqueio, para rezar na Esplanada das Mesquitas em Jerusalém Oriental.

Estas são as primeiras medidas anunciadas após o atentado cometido na quarta-feira em Tel Aviv por dois palestinos, que abriram fogo contra clientes de bares e restaurantes de um bairro muito movimentado. Quatro pessoas morreram e cinco ficaram feridas.

Os dois criminosos foram detidos.

O ataque foi o mais grave cometidos por palestinos contra israelenses desde o início, em outubro do ano passado, do atual ciclo de violência.

Dois palestinos abriram fogo às 21H30 (15H30 de Brasília) no bairro de Sarona, um conjunto de estabelecimentos próximo do ministério da Defesa e muito movimentado no horário.

"Uma loucura"

Avraham Liber, um jovem morador de Jerusalém, estava no local no momento do ataque. Ele disse que um dos agressores parecia estar sentado, se levantou e começou a atirar contra as pessoas, à queima-roupa.

"Foi uma loucura", disse.

O porta-voz da polícia, Micky Rosenfeld, não confirmou até o momento a informação de que os dois atiradores estariam vestidos como judeus ultraortodoxos.

Um dos atiradores foi detido sem ferimentos e o outro teria sido atingido por tiros. Ele se encontraria em estado grave.

A polícia informou que são dois primos palestinos, moradores de Hebron, na Cisjordânia ocupada.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, que retornou de uma viagem a Moscou, visitou o local do atentado após uma reunião com o novo ministro da Defesa, Avigdor Lieberman.

Netanyahu denunciou "um assassinato terrorista cometido a sangue frio".

"Teremos ações intensivas da polícia, do exército e de outros serviços de segurança, não apenas para capturar cada cúmplice deste assassinato, mas também para prevenir este tipo de atos", disse.

Estados Unidos, França e ONU condenaram o atentado.

Israel, Jerusalém e os territórios palestinos vivem uma onda de violência que matou 207 palestinos, 28 israelenses, dois americanos, um eritreu e um sudanês desde outubro do ano passado, segundo um balanço da AFP.

Muitos palestinos mortos eram autores ou supostos autores de ataques, a maioria cometidos com facas. Vários agressores eram moradores de Hebron, sul da Cisjordânia ocupada.

O atentado representa o primeiro teste para Avigdor Lieberman que, poucos dias antes de assumir o cargo de ministro da Defesa, havia acusado o governo de fraqueza ante os ataques.

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