CABUL

Atentado suicida deixa pelo menos 14 mortos no Afeganistão

O ataque também deixou nove feridos (cinco nepaleses e quatro afegãos), segundo um comunicado ministerial

AFP
Cadastrado por
AFP
Publicado em 20/06/2016 às 6:37
Foto: SHAH MARAI / AFP
O ataque também deixou nove feridos (cinco nepaleses e quatro afegãos), segundo um comunicado ministerial - FOTO: Foto: SHAH MARAI / AFP
Leitura:

Os talibãs reivindicaram nesta segunda-feira (20) um atentado suicida em Cabul que matou 14 guardas de segurança nepaleses, o primeiro ataque na capital afegã desde que o governo dos Estados Unidos anunciou reforços na luta contra os insurgentes.

O atentado aconteceu às 6H00 (22H30 de domingo, no horário de Brasília) na estrada que liga Jalalabad, a grande cidade do leste do país, a Cabul e deixou 14 mortos, todos nepaleses, segundo o ministério do Interior.

O ataque também deixou nove feridos (cinco nepaleses e quatro afegãos), segundo um comunicado ministerial, que condena o "ato terrorista contra um ônibus que transportava estrangeiros".

O micro-ônibus ficou destruído com a explosão.

Um porta-voz talibã reivindicou o ataque contra "as forças de agressão", o primeiro no Afeganistão desde o início do Ramadã em 6 de junho.

"Esta manhã executamos um ataque mártir contra guardas das forças de agressão, que deixou 20 mortos e feridos", escreveu no WhatsApp o porta-voz, Zabihullah Mujahid, que prometeu divulgar outros detalhes posteriormente.

Uma fonte das forças afegãs afirmou que os guardas trabalhavam para uma empresa de segurança que tem contrato com várias embaixadas de Cabul.

O ataque anterior em Cabul reivindicado pelos talibãs, em 19 de abril, deixou 54 mortos e mais de 340 feridos.

De acordo com a polícia, o atentado desta segunda-feira foi cometido por um homem-bomba na saída do complexo onde os guardas estavam alojados.

O ataque aconteceu poucos dias depois do anúncio de que o governo dos Estados Unidos reforçará a luta contra os insurgentes no país.

Desde o início da retirada das forças da Otan do Afeganistão, os talibãs avançam em todo o país. No ano passado conseguiram controlar por algumas horas a cidade Kunduz.

Mais de 5.000 membros das forças de segurança afegãs morreram em 2015. No mesmo ano, 3.550 civis faleceram, um recorde, de acordo com a ONU.

Diante da situação, o presidente Barack Obama decidiu desacelerar a retirada das tropas americanas.

Um contingente de 9.800 americanos deve permanecer no Afeganistão este ano e o número será reduzido a 5.500 homens em janeiro de 2017, como parte da operação da Otan "Resolute Support", que conta no total com 10.000 homens.

Após o anúncio de Obama, uma fonte americana explicou que o reforço militar não significa "um cheque em branco para lutar contra os talibãs".

As forças americanas, que apoiam as forças especiais afegãs, poderão a partir de agora dar suporte ao exército com sua aviação e uma missão de "acompanhamento e conselho em terra e ar", segundo a fonte.

O ministério afegão da Defesa celebrou a decisão e afirmou esperar que o novo compromisso "aumente as capacidades operacionais" do exército afegão.

Ataque no noroeste do país

Poucas horas depois, oito pessoas morreram e 18 ficaram feridas na explosão de uma moto-bomba na província afegã de Badajshan, nordeste do país.

O atentado aconteceu em um mercado da pequena cidade de Keshim e todas as vítimas são civis, afirmou o porta-voz do governo provincial, Naweed Froutan.

"A informação é provisória. O balanço de mortos e feridos pode aumentar", disse.

O governador do distrito, Abdul Salam Paiman, confirmou o atentado e anunciou um balanço de 10 mortos e 30 feridos, alguns deles em estado crítico.

Últimas notícias