Atualizada às 18:38
Ao menos 119 pessoas morreram e mais de 140 ficaram feridas neste domingo (3) em um atentado suicida em Bagdá reivindicado pelo grupo Estado Islâmico (EI), o pior ataque na capital iraquiana do ano.
Leia Também
Segundo autoridades de segurança do país, ao menos 119 pessoas perderam a vida e mais de 180 ficaram feridas.
O governo decretou três dias de luto nacional e anunciou que serão reforçadas as medidas de segurança, após ter sofrido críticas e questionamentos.
O primeiro-ministro, Haider al Abadi, se dirigiu ao local do atentado e prometeu punir os responsáveis, mas os iraquianos estão furiosos diante da incapacidade do governo de impedir este tipo de ataque.
Uma das novas medidas anunciadas é a reitada de detectores de explosivos com ineficácia comprovada.
Um vídeo que circula nas redes sociais mostra homens lançando pedras contra um comboio que parece ser o de Abadi.
A explosão também provocou danos importantes. Vários imóveis e lojas foram arrasados pelas chamas, em incêndios que continuavam ativos doze horas após o atentado.
O EI afirmou que um de seus combatentes detonou um carro-bomba perto de uma reunião de muçulmanos xiitas, segundo o centro de acompanhamento de grupos terroristas SITE.
O ataque foi registrado uma semana após o EI ter perdido a cidade de Fallujah, reconquistada no dia 26 de junho pelas tropas governamentais iraquianas, com o apoio da coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos.
O atentado demonstra que, apesar das derrotas sofridas no Iraque e na Síria, o EI mantém sua capacidade operacional e é capaz de atacar longe de suas bases.
O grupo, que reivindicou vários atentados em Bagdá e em outras cidades do Iraque, conquistou em 2014 grandes extensões do país, mas desde então perdeu espaço.
A única cidade principal que ainda está sob seu controle é Mossul (norte), segunda cidade do país. As tropas iraquianas lançaram várias ofensivas para recuperá-la.
O último ataque de grande porte do EI em Bagdá ocorreu em 17 de maio. Foi um duplo atentado que deixou 50 mortos e mais de 100 feridos.
Estes ataques são uma amostra da incapacidade do governo em tomar medidas eficazes, apesar do apoio da coalizão internacional que treina as tropas iraquianas na luta antiterrorista.
A eficácia dos detectores de explosivos e dos controles para entrar na capital é questionada. Muitos acreditam que a verificação dos documentos de identidade e dos veículos é realizada de forma superficial.
Capacidades de ataque
O ataque também ocorreu dois dias após o Pentágono anunciar a morte de dois chefes militares do EI em um ataque da coalizão perto de Mossul em 25 de junho.
No bombardeio "morreram Basim Mohamed Sultan al-Bajari, o vice-ministro de guerra do EI, e Hatim Talib al-Hamduni, um comandante militar de Mossul", segundo a mesma fonte.
Ambos eram dois dos "principais responsáveis militares do EI no norte do Iraque" e sua morte permite "preparar o terreno para que as tropas iraquianas libertem Mossul com o apoio da coalizão".
Os Estados Unidos esperam concluir a campanha militar contra o grupo Estado Islâmico até o fim do verão de 2017.
Segundo o diretor da CIA, John Brennan, embora o EI tenha perdido terreno em seus redutos de Iraque e Síria, mantém intactas suas capacidades para cometer atentados terroristas.
"À medida que a pressão aumentar" sobre o EI em terra, "acreditamos que intensificará" seus esforços para manter sua posição de organização terrorista mais forte do mundo, disse Brennan em junho.
Este grupo extremista, que também ocupa grande parte da Síria, também cometeu múltiplos atentados em vários países do mundo.