O governo sírio fechou neste domingom (17) a única estrada que liga partes controladas pelos rebeldes, ao norte da cidade de Aleppo, com o restante do país, sitiando centenas de milhares de pessoas e aumentando temores de uma crise humanitária, segundo relatos de ativistas de oposição.
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O cerco marca o maior sucesso para o governo em Aleppo desde que rebeldes capturaram partes da cidade no verão de 2012. Aleppo, antigo centro comercial da Síria e maior cidade do país, é alvo de disputas entre os dois lados desde então.
Aleppo e seus subúrbios têm sofrido com intensos combates nos últimos meses, com tropas sírias e seus aliados avançando com a ajuda de ataques aéreos russos. No início deste ano, o governo lançou uma ampla ofensiva que capturou grande parte da periferia norte da cidade.
O Observatório Sírio para os Direitos Humanos, baseado no Reino Unido, disse que as forças do governo e membros do grupo Hezbollah, do Líbano, chegaram à estrada Castello na manhã de hoje. As forças do governo chegaram , no início deste mês, a um ponto da estrada onde era possível atacar os rebeldes, fechando-a completamente. No entanto, algumas pessoas ainda tentam viajar pelo local.
"Aleppo está cercada depois que o regime tomou alguns pontos na estrada", disse o ativista baseado na cidade, Bahaa al-Halaby. Ele acrescentou que a partir deste domingo, alimentos e suprimentos médicos não serão capazes de atingir partes controladas pelos rebeldes, e pessoas gravemente feridas não serão levados para tratamento em outras partes do norte da Síria ou Turquia.
A ONU alertou que cerca de 300.000 pessoas dependem da estrada Castello para viagens, alimentos e medicamentos. Outro ativista baseado em Aleppo disse que a cidade está sendo submetida a intensos bombardeios e ataques aéreos.
O cerco em partes controladas pelos rebeldes da cidade aconteceram horas depois de explosões terem atingido as chamadas Fábricas de Defesa, uma instalação militar do governo nas proximidades da cidade de Safira, ao sul de Aleppo. O Observatório disse que a causa das explosões não é clara, mas que elas mataram pelo menos 10 pessoas e causaram sérios danos.
A agência de notícias estatal Sana disse que as explosões foram causadas por uma falha técnica. Não foram divulgados maiores detalhes.