Ataques na Alemanha

Vídeo amador ajudou na investigação da matança de Munique

O vídeo tem duração de dois minutos e registra gritos, insultos e balas. Detalhes capturados ajudarão investigação da polícia alemã

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Publicado em 24/07/2016 às 15:40
Foto: Christof Stache / AFP
O vídeo tem duração de dois minutos e registra gritos, insultos e balas. Detalhes capturados ajudarão investigação da polícia alemã - FOTO: Foto: Christof Stache / AFP
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Gritos, insultos e balas: um vídeo amador feito com um celular e com a duração de dois minutos permitiu que a polícia conseguisse muitos detalhes sobre a matança de Munique. O vídeo foi autentificado pela polícia e difundido amplamente nas redes sociais.

Nele, é possível ver o autor da matança, David Ali Sonboly, 18 anos. O chefe da polícia da região da Baviera, Robert Heimberger, revelou neste domingo que o vídeo amador foi feito depois que ocorreu a matança das nove pessoas.

Um homem, Thomas Salbey, de 57 anos, confronta o assassino enquanto Mersad, outro vizinho, de 20 anos, grava a cena. "Filho da puta! Que estupidez está fazedo? Babaca!", grita Salbey, com forte sotaque bávaro.

Ele tenta então alertar as pessoas "Ele tem uma arma! A arma está carregada!", grita, para depois fazer xingamentos racistas. "Sou alemão, nasci aqui. Em um bairro pobre", responde David. "Teu lugar é num hospício", contra-ataca Salbey.

David tenta fazer o homem calar a boca. "Já não quero ouvi uma palavra!", adverte. É quado se ouve os disparos e um dos tiros atinge a janela de Salbey.

"Inclusive, tentei jogar uma garrafa de cerveja nele", contou Salbey na edição deste domingo do Die Welt. O autor do vídeo, por sua vez, afirma que fez a gravação para avisar seus amigos usando as redes sociais. "Nunca imaginei que seria difundido no mundo inteiro", afirmou.

Sem que soubesse, Thomas Salbey pode ter contribuído para impedir que David matasse mais pessoas. A polícia confirmou que, depois da discussão, ele não matou mais ninguém. Mais tarde, se suicidou.

"Ele desestabilizou o autor, o deixou irritado", explicou Heinz Kraft, um especialistas em negociação com sequestradores. Kraft considera que é isso que é preciso fazer para se ganhar tempo e permitir que as pessoas possam se proteger.

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