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Sanders apoia Clinton para presidente e defende unidade dos democratas

''Qualquer observador objetivo irá concluir que, baseado em suas ideias e em sua liderança, Hillary Clinton deve se tornar a próxima presidente'', disse Sanders

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Publicado em 26/07/2016 às 6:56
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''Qualquer observador objetivo irá concluir que, baseado em suas ideias e em sua liderança, Hillary Clinton deve se tornar a próxima presidente'', disse Sanders - FOTO: Foto: SAUL LOEB / AFP
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Os Estados Unidos precisam de uma liderança que os ajude a melhorar a vida de seus cidadãos e promova sua unidade, e por este motivo que Hillary Clinton deve ser a próxima presidente do país, afirmou nessa segunda-feira (25) o senador Bernie Sanders, no primeiro dia da Convenção Democrata.

"Qualquer observador objetivo irá concluir que, baseado em suas ideias e em sua liderança, Hillary Clinton deve se tornar a próxima presidente. Não há sequer comparação", disse Sanders na Filadelfia.

Em um dramático apelo à unidade do partido democrata em torno da candidatura de Clinton, o senador Sanders disse sentir "orgulho" de participar da Convenção Nacional para apoiá-la, frase que provocou vaias entre seus próprios seguidores.

"Hillary Clinton será uma extraordinária presidente e estou orgulhoso de estar esta noite aqui junto com ela", declarou o senador, que recebeu a mais longa ovação do primeiro dia da Convenção Nacional Democrata.

Em seu apelo ao partido para cerrar fileiras em torno de Clinton, o senador disse que "nestes momentos difíceis para nosso país, esta eleição deve servir para nos unir, e não para nos dividir".

"Não é um segredo que Hillary Clinton e eu discordamos de muitas coisas. Mas e disto que se trata, precisamente, uma campanha. Isto é a democracia".

Em uma mensagem a seus seguidores, Sanders recordou que o movimento lançado no início da campanha interna levou o partido democrata a ter nestas eleições "a plataforma mais progressista de toda a sua história".

Em outro discurso muito esperado na Convenção, a primeira-dama Michelle Obama afirmou que Hillary Clinton é a única pessoa qualificada para ser presidente nas eleições de novembro.

"Estou aqui porque nesta eleição há apenas uma pessoa em que confio. Apenas uma pessoa que creio está realmente qualificada para ser presidente dos Estados Unidos, e é nossa amiga Hillary Clinton".

Em uma mensagem direta a Donald Trump, o candidato republicano, Michelle pediu aos delegados que "não deixem que ninguém lhes diga que este país não é grande, que temos que torná-lo grande novamente, porque agora mesmo este é o maior país da face da Terra".

Michelle Obama recordou que é mãe "de duas belas jovens mulheres negras" e que na geração de suas filhas é possível considerar natural "que uma mulher seja presidente dos Estados Unidos".

No primeiro dia da Convenção, o pequeno estádio Wells Fargo Center foi palco de um ensurdecedor duelo entre os seguidores de Hillary e os do senador Bernie Sanders.

Quando a pastora Cynthia Hale, convocada para as orações de abertura dos trabalhos, pronunciou o nome de Hillary foram claras as vaias seguidas de um intenso coro "Bernie, Bernie". Os delegados da ex-secretária de Estado fizeram sua parte e devolveram com um igualmente estrondoso "Hillary, Hillary".

Os democratas não deveriam encontrar dificuldades para formalizar a chapa presidencial composta por Hillary e pelo senador Tim Kaine. O partido chegou à Convenção Nacional, porém, profundamente dividido e em crise, após o escândalo pelo vazamento de e-mails da direção do partido durante as prévias, os quais, claramente, beneficiavam Hillary.

A secretária do Comitê Nacional Democrata e prefeita da cidade de Baltimore, Stephania Rawlings Blake, encarregou-se de abrir os trabalhos da convenção, já que a presidente do partido, a representante Debbie Wasserman Schultz (Flórida), renunciou ontem.

Nesta segunda pela manhã, Debbie tentou discursar perante os delegados de seu estado, mas vaias e interrupções forçaram-na a sair escoltada do palco.

Instantes depois do início da convenção, o Comitê Nacional do Partido Democrata pediu desculpas a Sanders por comentários sobre sua campanha. De acordo com a nota divulgada, o partido "não tolera, nem vai tolerar linguagem desrespeitosa para com nossos candidatos".

Na sexta-feira (22), o vazamento na plataforma WikiLeaks de quase 20.000 e-mails privados de lideranças do partido mostrou como beneficiaram a campanha de Hillary Clinton e até discutiram formas de prejudicar Sanders.

"Em nome de todos os integrantes do Comitê Nacional, queremos apresentar nosso profundo e sincero pedido de desculpas ao senador Sanders, a seus seguidores e a todo o Partido Democrata, pelos imperdoáveis comentários feitos nos e-mails", acrescenta o comunicado.

De acordo com a nota, o Comitê Nacional "está adotando medidas para garantir que isso nunca mais aconteça".

O entorno de Hillary Clinton sugeriu que os hackers russos, que teriam roubado as mensagens, fizeram isso "para ajudar Donald Trump".

O FBI (a Polícia Federal americana) anunciou que "está trabalhando para determinar a natureza e o alcance" do ciberataque dos servidores de e-mail do Comitê Nacional Democrata.

Um pesquisa realizada pela rede CNN e divulgada nesta segunda mostra Trump à frente de Hillary, em cenários que consideram um duelo direto, assim como a candidata do Partido Verde, Jill Stein, e o libertário, Gary Johnson.

No choque direto, Trump tem leve vantagem, com 48% contra 45% de Hillary, das intenções de voto. Em um cenário de quatro candidatos, a diferença sobe para cinco pontos, com 44% contra 39%, segundo a pesquisa.

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