ESTADOS UNIDOS

Obama usa seu capital político para reforçar a candidatura de Hillary Clinton

Ele, o primeiro negro a chegar à presidência dos Estados Unidos, falará sobre a importância de criar agora as condições para que o partido leve uma mulher à Casa Branca

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Publicado em 27/07/2016 às 10:09
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Ele, o primeiro negro a chegar à presidência dos Estados Unidos, falará sobre a importância de criar agora as condições para que o partido leve uma mulher à Casa Branca - FOTO: Foto: AFP
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O presidente Barack Obama será o principal orador desta quarta-feira (27) na Convenção Nacional do Partido Democrata para reforçar a candidatura de Hillary Clinton.

Apesar de Obama ter substituído Hillary à frente da chancelaria em seu segundo mandato, no processo interno para as eleições não houve dúvidas sobre seu apoio a ela, apesar de ter mantido uma neutralidade formal na disputa.

A esposa de Obama, Michelle, já deu sua contribuição na segunda-feira, com seu antológico discurso de apoio a Hillary no primeiro dia da convenção, destacando a importância histórica da chegada de uma mulher à Casa Branca.

Obama, o primeiro negro a chegar à presidência dos Estados Unidos, dará, por sua vez, um testemunho privilegiado da importância de criar agora as condições para que o partido leve uma mulher à Casa Branca.

Dessa forma, em seu discurso, Obama não defenderá apenas a candidatura de Hillary, como também seu próprio legado, como presidente que abriu as portas para mudanças fundamentais para a sociedade americana.

Esforço pela unidade partidária

De acordo com porta-vozes da Casa Branca, Obama está trabalhando em seu discurso há várias semanas, o que ilustra a importância que dá à ocasião.

Foi justamente um discurso consagrador durante a convenção do partido em 2004 que fez decolar a carreira de Obama, quatro anos mais tarde proclamado candidato.

Será também uma oportunidade para Obama usar de todo seu peso político e popularidade para conseguir a união do partido em torno da candidatura de Hillary.

"Candidato real e candidato inventado"

Hillary Clinton fez história nesta terça-feira ao se tornar a primeira mulher a ser indicada como candidata à Casa Branca, nas eleições de novembro, por um grande partido político dos Estados Unidos.

Durante a Convenção Nacional Democrata que está sendo realizada na Filadélfia, a ex-secretária de Estado superou o número necessário de votos dos delegados para garantir sua vitória sobre seu principal adversário na disputa interna, o senador Bernie Sanders.

Foi o próprio Sanders, representando o estado de Vermont, que abriu mão da sua candidatura e apresentou a moção de declaração de Hillary como candidata oficial do partido.

"Apresento a moção de suspender as regras (...), a moção de que Hillary Clinton seja escolhida como a indicada pelo Partido Democrata para presidente dos Estados Unidos", disse Sanders.

Em meio a uma ovação ensurdecedora, a responsável pela condução da sessão fez uma rápida consulta com os delegados e a moção de Sanders foi aprovada por aclamação.

Quase imediatamente, Hillary publicou na sua conta de Twitter uma foto dela mesma durante um ato de campanha, agradecendo aos delegados pela histórica jornada.

Hillary faz história

Na segundo dia de convenção, Hillary apareceu em um vídeo para agradecer o apoio do Partido Democrata e saudou um dia histórico para as mulheres.

"Se há algumas meninas que ficaram acordadas até tarde para me ouvir, deixe-me dizer que posso ser a primeira mulher presidente (dos Estados Unidos), mas uma de vocês poderá ser a próxima".

"Que incrível honra vocês que deram!", declarou a ex-secretária de Estado e agora candidata à presidência, que agradeceu a "todos os que lutaram tanto para que isto fosse possível".

No discurso mais esperado do dia, o ex-presidente Bill Clinton relembrou a história de sua relação com Hillary, desde que a conheceu, em 1971.

Bill Clinton iniciou descrevendo "aquele dia da primavera de 1971" quando viu aquela menina em uma aula de Direitos Civis, "sem maquiagem" e com quem, desde então, "não deixou de caminhar e rir juntos".

Em um discurso interrompido várias vezes por aplausos, o ex-presidente afirmou que sua mulher "é a maior promotora de mudanças que já conheceu", e garantiu que está "extraordinariamente qualificada" para ocupar a Casa Branca após as eleições de novembro.

"Jamais esteve satisfeita com o status quo, sempre quer movimentar a bola para frente", declarou o ex-presidente, que pretende se tornar o "primeiro-cavalheiro" dos EUA.

Segundo Bill Clinton, os Estados Unidos estão diante de dois candidatos: "Um é real e outro foi inventado. Vocês, meus amigos (eleitores), terão que decidir quem é quem".

Em seguida, Bill Clinton felicitou os delegados democratas por "terem nomeado o candidato real nesta eleição".

Depois dos atritos, na segunda-feira, entre os apoiadores de Hillary e os de Sanders na convenção, havia temores de que a votação de terça-feira se convertesse em um duelo aberto.

Mas o dramático apelo à unidade partidária para garantir a vitória de Clinton e impedir que Trump chegue à Casa Branca, feito por Sanders na segunda, parece ter tido efeito, e a votação transcorreu sem nenhuma vaia.

Quando Sanders tomou a palavra na terça-feira para propor a moção de interromper a sessão e declarar Hillary vencedora, recebeu uma espetacular ovação generalizada e um coro de "Bernie, Bernie!" que durou vários minutos no pequeno estádio Wells Fargo Center.

"O que devemos fazer agora é derrotar Donald Trump e eleger Hillary Clinton. Ou mais tarde olharemos para trás apenas para nos arrependermos", disse o senador ante delegados.

Durante o dia, o vice-presidente americano, Joe Biden, também esteve na convenção e, em um diálogo informal com um grupo de jornalistas, opinou que era necessário que se permitisse que esses eleitores expressassem sua frustração.

"Deixem que fiquem frustrados. Tudo vai sair bem", falou.

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