O presidente Barack Obama não quis descartar a possibilidade de que a Rússia esteja tentando influenciar as eleições presidenciais americanas a favor do candidato republicano Donald Trump.
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"Tudo é possível", disse Obama em uma entrevista à rede NBC News que será transmitida nesta quarta-feira (27), no maior passo já dado pelo governo dos Estados Unidos ao apontar a Rússia pelo vazamento em massa de e-mails do Comitê Nacional Democrata por parte da organização WikiLeaks.
O Kremlin desmentiu nesta quarta-feira qualquer ingerência na campanha eleitoral dos Estados Unidos.
"O presidente Putin disse várias vezes que a Rússia não interferiu nunca e não interferirá nos assuntos internos (de um país), sobretudo em um processo eleitoral", declarou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, em resposta a uma pergunta sobre as declarações do presidente americano.
Obama disse que o FBI continua investigando o vazamento, que revelou aparentemente um preferência do Comitê Democrata por Hillary Clinton diante de seu rival nas primárias partidárias, Bernie Sanders.
O vazamento foi muito embaraçoso para os democratas, que realizam sua convenção nacional nesta semana na Filadélfia. A campanha de Hillary afirmou que ciberespecialistas contratados sugeriram que a Rússia era a culpada pelo roubo dos e-mails e que seu objetivo era ajudar Trump.
O jornal The New York Times informou nesta quarta-feira que as agências de inteligência americanas têm agora "alta confiança" de que o governo russo está por trás do roubo dos e-mails.
No entanto, as agências não estão certas sobre se o roubo fio resultado de uma ciberespionagem de rotina ou forma parte de uma tentativa de influenciar as eleições presidenciais de novembro, disse o Times, citando funcionários federais informados.
Obama disse à NBC que não podia falar sobre os motivos precisos do roubo de e-mails, mas estava ciente dos comentários de Trump sobre a Rússia.
"Donald Trump expressou repetidamente admiração por Vladimir Putin", disse Obama em um trecho da entrevista, que será transmitida em sua totalidade nesta quarta-feira.
"E penso que Trump teve um bom apoio de cobertura na Rússia", indicou.
O presidente acrescentou: "O que sabemos é que os russos hackeiam nossos sistema. Não apenas do governo, mas dos sistemas privados".
O fundador do WikiLeaks, Julian Assange, ao falar na terça-feira à rede CNN, se recusou a confirmar ou negar que a Rússia fosse a fonte dos e-mails que sua organização divulgou.
"Gostamos de criar a ambiguidade máxima sobre quem são nossas fontes", expressou Assange.