Saúde

Três vacinas contra o zika mostram resultados promissores com macacos

Resultados chegam num momento em que pesquisadores correm para evitar infecção pelo vírus da zika

AFP
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Publicado em 04/08/2016 às 18:24
Foto: Bernardo Soares/Acervo JC Imagem
Resultados chegam num momento em que pesquisadores correm para evitar infecção pelo vírus da zika - FOTO: Foto: Bernardo Soares/Acervo JC Imagem
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Três diferentes vacinas experimentais contra o zika que estão sendo desenvolvidas nos Estados Unidos funcionaram bem em estudos com macacos, abrindo o caminho para testes em humanos nos próximos meses, segundo um relatório publicado na revista científica Science na quinta-feira.

 

Os resultados chegam em um momento em que pesquisadores correm para encontrar uma maneira de prevenir a infecção pelo vírus, transmitido por mosquitos e que pode causar malformações fetais graves. 

O vírus zika já se propagou por 50 países e territórios, principalmente na América Latina, no Caribe e no estado americano da Flórida. 

"Três vacinas forneceram proteção total contra o vírus zika em primatas não humanos, que são o melhor modelo animal antes de começar os testes clínicos", disse o autor sênior Dan Barouch, professor de medicina na Harvard Medical School. 

"A proteção consistente e potente contra o vírus zika em roedores e primatas alimentam nosso otimismo em relação ao desenvolvimento de uma vacina segura e eficaz contra o zika para os humanos". 

Uma das vacinas é a chamada ZPIV, produzida com vírus purificado e inativado do zika, desenvolvida pelo Instituto de Pesquisa do Exército Walter Reed (WRAIR). 

Macacos rhesus vacinados com a ZPIV "mostraram uma proteção completa contra ambas as cepas brasileira e porto-riquenha do zika", disse o estudo.

Duas vacinas candidatas da Universidade de Harvard, uma delas uma vacina de plasmídeo de DNA e a outra uma vacina baseada em vetor adenoviral, também protegeram os macacos. Nenhum efeito colateral adverso foi observado nos animais. 

De acordo com Sara Gilbert, professora de vacinologia na Universidade de Oxford, a pesquisa representa "um passo importante no desenvolvimento de uma vacina contra o vírus zika". 

Mas Gilbert, que não participou da pesquisa, recomendou cautela ao se avançar para os testes em humanos.

"Sabe-se que os anticorpos contra um serotipo do vírus da dengue, semelhante ao zika, podem produzir infecções subsequentes com um serotipo diferente muito mais grave", disse. 

"Será necessário se certificar de que as pessoas que recebem uma vacina contra o zika não se tornam mais suscetíveis a infecções graves de dengue, que podem ser fatais", completou.

Gilbert também observou que embora as três vacinas tenham sido eficazes, a vacina de DNA teve um desempenho inferior em induzir respostas imunológicas em macacos. 

Duas outras vacinas experimentais que estão atualmente sendo testadas em humanos nos Estados Unidos e no Canadá são vacinas de DNA.

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