Com o aumento das suspeitas dos dois lados, os Estados Unidos estão lutando para preservar sua parceria conturbada com a Turquia, à medida que o país se aproxima da Rússia e expressa um grande descontentamento com um clérigo turco, baseado nos EUA, que é acusado pelo país de orquestrar a tentativa de golpe no mês passado.
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O vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, chega na capital da Turquia, Ancara, na quarta-feira, para tentar apaziguar as relações com o presidente turco Recep Erdogan. Ele não deu nenhuma garantia de que os EUA irão concordar com o pedido da Tuquia para extraditar Fethullah Gulen, clérigo que vive na Pensilvânia.
Biden tentará passar a mensagem de que os EUA valorizam a Turquia como um aliado fundamental na Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), em meio aos sinais preocupantes de que as abordagens dos dois países em relação ao conflito na Síria podem estar divergindo.
O ministério da Justiça da Turquia afirmou que suas autoridades iniciaram conversas nesta terça-feira com autoridades do Departamento de Justiça e do Departamento do Estado em Ancara, antes da chegada de Biden.
Após a visita surpresa do ministro de Relações Exteriores da Turquia para o Irã na semana passada, a imprensa do país reportou que Erdogan planejava visitar Teerã na quarta-feira - no mesmo dia em que deve se encontrar com Biden.
"Claramente Erdogan está mandando uma mensagem ao se aproximar da Rússia e do Irã de que ele está insatisfeito com a atitude dos EUA", disse Bulent Aliriza, analista turco do Centro de Estratégia e Estudos Internacionais, em Washington.
"A Turquia ainda vai permanecer como membro da OTAN e aspirar por uma vaga na União Europeia, mas a atmosfera está pior do que antes da tentativa de golpe", afirmou o analista.