O ex-presidente israelense e prêmio Nobel da Paz, Shimon Peres, está "entre a vida e a morte", segundo pessoas próximas, depois que seu estado piorou nesta terça-feira (27), após sofrer há duas semanas um acidente vascular cerebral.
Leia Também
- Ex-premiê de Israel, Shimon Peres está em coma induzido
- Shimon Peres se recupera após ser internado
- Shimon Peres propõe ao papa presidir ''ONU das religiões''
- Shimon Peres entrega a presidência de Israel a Reuvin Rivlin
- Presidente de Israel Shimon Peres deixa suas funções em plena guerra
- Shimon Peres condena ataques a árabe e palestinos
Shimon Peres, de 93 anos, é o último sobrevivente da geração dos fundadores do Estado de Israel, e foi um dos que participou dos acordos de Oslo assinados com os palestinos nos anos 1990.
Peres obteve o prêmio Nobel da Paz em 1994 junto com Yitzhak Rabin e Yasser Arafat "por seus esforços a favor da paz no Oriente Médio".
As mensagens de apoio enviadas por personalidades de todo o mundo demonstram o respeito internacional que ganhou após décadas de carreira política.
Shimon Peres foi vítima de um acidente vascular cerebral (AVC) no dia 13 de setembro, e foi hospitalizado no centro Tel Hashomer de Ramat Gan, o maior estabelecimento médico israelense perto de Tel Aviv, onde foi sedado e conectado a um respirador no setor de cuidados intensivos.
Seus médicos falaram imediatamente de estado crítico, mas depois indicaram que sua situação era estável, e mais tarde apontaram uma certa melhora.
Inclusive planejaram reduzir sua ajuda respiratória e os sedativos para avaliar sua reação.
No entanto, seu estado se deteriorou nesta terça-feira, indicou à AFP uma fonte próxima a ele que pediu o anonimato. "Sua saúde está muito, muito complicada. Seus médicos estão preocupados", acrescentou.
"O presidente está entre a vida e a morte", reconheceu.
Sequelas 'permanentes'
Uma porta-voz do hospital, Lee Gat, afirmou, no entanto, que nesta terça-feira não ocorreram mudanças, mas acrescentou que "está em um estado muito, muito grave. Somos menos otimistas".
"Os danos sofridos pelo cérebro são permanentes", admitiu pela primeira vez. Até agora, os médicos haviam evitado falar das sequelas do AVC.
Mais de 15 milhões de pessoas no mundo, sobretudo idosas, sofrem todos os anos um AVC, de acordo com a Federação Mundial do Coração, com sede em Genebra. Cerca de seis milhões de pessoas morrem desta patologia, que ocorre quando a circulação do sangue é interrompida e o cérebro fica privado de oxigênio e nutrientes. Outras cinco milhões sofrem de diversas sequelas.
Desde 13 de setembro, o papa Francisco, os presidentes americano, Barack Obama, e russo, Vladimir Putin, e o ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair enviaram mensagens de solidariedade.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, desejou a ele "uma rápida e completa recuperação", acrescentando que Peres era "um trabalhador incansável em busca da paz entre israelenses e palestinos".