O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, reafirmou nesta terça-feira (11) sua vontade de buscar uma estreita colaboração com o setor privado para dar "um grande salto" a Marte, enviando astronautas ao Planeta Vermelho.
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"Estabelecemos um objetivo claro para o próximo capítulo da História dos Estados Unidos no espaço: enviar humanos a Marte na década de 2030 e trazê-los de volta à Terra sãos e salvos", disse Obama, em uma coluna de opinião publicada na página da CNN.
O objetivo final é "um dia" poder - alega Obama - permanecer no Planeta Vermelho "por muito tempo".
O presidente americano anuncia uma colaboração com a indústria privada para construir novas naves, as quais possam acolher e transportar astronautas "em missões de longa duração no distante espaço".
"Essas missões nos permitirão entender como os seres humanos podem viver longe da Terra, de quais coisas necessitaríamos para a longa viagem a Marte", acrescentou.
A Casa Branca informou que seis companhias, entre elas Boeing e Lockheed Martin, foram selecionadas no início do ano para construir protótipos de módulos de habitação além dos arredores próximos à Terra, onde orbita a Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês).
As empresas vão receber US$ 65 milhões nos próximos dois anos.
Esses espaços habitáveis poderão ser construídos sobre um planeta, como Marte, ou poderão ser usadas as naves que levarão os astronautas em longos périplos espaciais.
O título da coluna de opinião de Obama, "Estados Unidos darão um grande salto a Marte", é uma clara alusão à mítica frase pronunciada em 21 de julho de 1969 por Neil Armstrong, ao chegar à Lua: "Um pequeno passo para o Homem, mas um grande salto para a humanidade".
Destreza técnica
"Mas o primeiro pequeno passo acontece quando nossos estudantes, a geração Marte, vão às aulas todos os dias", escreve Obama.
Especialistas consultados pela AFP concordam: chegar ao Planeta Vermelho, que se encontra a 225 milhões de quilômetros da Terra, e viver lá exigirá uma verdadeira proeza técnica e um gigantesco orçamento.
No final de setembro, o fundador da firma SpaceX, o multimilionário Elon Musk, apresentou seu projeto para estabelecer uma "cidade" em Marte, enviando humanos a bordo de grandes aeronaves equipadas com cabines, a um preço de US$ 100 mil por pessoa.
Musk disse estar "otimista" sobre a possibilidade de enviar a primeira missão tripulada em 2024, chegando a seu destino em março do ano seguinte.
A SpaceX não é a única companhia que sonha com enviar seres humanos a Marte. A Blue Origin, fundada pelo diretor da Amazon, Jeff Bezos, acaba de revelar seus planos para construir um enorme foguete chamado New Glenn. Segundo ele, porém, chegar a Marte pode levar várias décadas.
O segundo elemento do plano divulgado hoje por Obama é estimular as empresas privadas a usar a ISS, que orbita a Terra a 400 km de altitude.
A recente instalação de um novo atracadouro na ISS permitirá que mais naves privadas possam aderir à plataforma orbital. Depois de encerradas as missões atuais, em 2020, essa infraestrutura poderá servir de base para que as empresas privadas construam outras estações espaciais.
Desde o início de seu governo, Obama promove projetos que buscam enviar humanos a Marte. Enfrentou a oposição republicana em seu primeiro mandato, ao cancelar um programa da Nasa para voltar a enviar homens à Lua para se concentrar em viagens mais distantes.