O chefe máximo da guerrilha Farc, Rodrigo Londoño (Timochenko), considerou nesta quarta-feira que "foi até bom" que o acordo de paz assinado com o governo da Colômbia tenha sido rejeitado nas urnas, pois isso permitiu "esclarecer muitas dúvidas" e envolver os abstencionistas no debate.
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"Foi até bom que isso tenha acontecido, porque está permitindo esclarecer muitas dúvidas e, em especial, está comprometendo esse importante setor do povo colombiano que não votou, mais de 63%, a interessar-se por este feito histórico", disse Londoño sobre o resultado do plebiscito de 2 de outubro em que 50,2% dos eleitores disse "Não" ao pacto de paz.
Em uma entrevista com Caracol Radio, o principal líder das Farc, ele disse que o resultado contrário "está permitindo corrigir o que foi uma pedagogia maciça, um pedagogia clara".
Perguntado se as Farc estão dispostas a fazer alterações nos acordos alcançados no que se refere a justiça transicional e participação política, o líder rebelde disse que "seria uma brutalidade".
"Seria uma brutalidade voltar a reviver uma discussão que nos levou mais de um ano e meio, que foi uma das discussões más duras e difíceis", disse.
Os opositores ao acordo, liderados pelo ex-presidente e senador Álvaro Uribe, rejeitam principalmente a "impunidade total" que, segundo eles, será dada a guerrilheiros reponsáveis por "crimes atrozes".