escândalo de corrupção

Parlamento da Coreia do Sul aprova investigação que ameaça presidente

A presidente Park Geun-hye teria permitido que uma amiga próxima manipulasse o poder e conseguisse muito dinheiro com isso

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Publicado em 17/11/2016 às 9:56
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A presidente Park Geun-hye teria permitido que uma amiga próxima manipulasse o poder e conseguisse muito dinheiro com isso - FOTO: Foto: CHUNG SUNG-JUN / POOL / AFP
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O Parlamento da Coreia do Sul aprovou nesta quinta-feira (17) uma lei que permite que um promotor especial investigue o escândalo de corrupção que ameaça a presidente Park Geun-hye. A Assembleia Nacional, controlada pela oposição, também votou por uma investigação parlamentar de alegações de que Park permitiu que uma amiga próxima manipulasse o poder e conseguisse muito dinheiro com isso.

A lei sobre a investigação independente foi aprovada por 196 votos a 10, com 14 abstenções na assembleia de 300 cadeiras. Ela passou no momento em que promotores preparam-se para acusar formalmente a amiga de Park até o domingo. Promotores tentam interrogar Park nesta semana, mas o advogado dela pediu mais tempo.

Pressão sobre presidente da Coreia do Sul

Uma investigação independente pode elevar a pressão sobre Park, que enfrenta pedidos da oposição para que renuncie. Os partidos da oposição, porém, também relutam em pressionar por um impeachment, pois temem perder votos entre os mais conservadores e que isso gere um impacto negativo na eleição presidencial do próximo ano.

Park já se desculpou por deixar que sua amiga Choi Soon-sil, filha do líder de um culto, editasse alguns de seus discursos e também pelo descontentamento público causado pelo escândalo. Mas não comentou as acusações segundo as quais ela teria permitido que Choi manipulasse decisões do governo sobre política e pessoal.

Pela Constituição sul-coreana, a presidente não pode ser processada, exceto por traição, mas pode ser investigada. Choi, presa neste mês, é suspeita de interferir em decisões de governo, mesmo sem ter cargo oficialmente, e de explorar seus laços com a presidente para convencer empresas a doar dezenas de milhões de dólares a empresas controladas por ela.

Houve grandes protestos em Seul. No sábado, centenas de milhares de pessoas se manifestaram na capital para pedir a renúncia de Park, no maior protesto no país desde o fim da ditadura há três décadas. Partidários da presidente fizeram manifestações menores na cidade, pedindo que ela siga no posto. Park ainda tem 15 meses de governo. Caso renuncie antes disso, uma eleição deve ocorrer em 60 dias. Fonte: Associated Press.

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