Nomeação

Trump anuncia Ben Carson como secretário de Habitação

Ben Carson não tem experiência em políticas de habitação, mas citou sua infância em um bairro pobre de Detroit como credencial para o posto

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Publicado em 05/12/2016 às 11:44
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Ben Carson não tem experiência em políticas de habitação, mas citou sua infância em um bairro pobre de Detroit como credencial para o posto - FOTO: FOTO: JOE RAEDLE / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / AFP
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O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta segunda-feira a nomeação de Ben Carson, o neurocirurgião aposentado que disputou as primárias republicanas, como secretário de Habitação e Desenvolvimento Urbano, ao retomar as consultas para a formação de seu gabinete.

Carson, um negro conservador profundamente religioso e que teve um bom momento durante as primárias republicanas, não tem experiência em políticas de habitação, mas citou sua infância em um bairro pobre de Detroit como credencial para o posto.

Primeiro afro-americano nomeado para integrar o governo de Trump, que toma posse em 20 de janeiro, Carson "tem uma mente brilhante e é apaixonado por fortalecer comunidades e famílias dentro destas comunidades", afirmou o presidente eleito em um comunicado.

"Conversamos de maneira longa sobre minha agenda de renovação urbana e nossa mensagem de revitalização econômica, que incluem amplamente as cidades do interior", completou Trump.

O neurocirurgião aposentado já havia dado indícios de que estava pronto para trabalhar na tentativa de reverter a situação das zonas urbanas carentes.

"Sinto que posso dar uma uma contribuição significativa, particularmente fortalecendo comunidades que têm grandes necessidades", disse Carson.

"Temos muito trabalho a fazer para melhorar cada aspecto de nossa nação e assegurar que as necessidades de habitação do país sejam alcançadas", completou.

"Cresci em uma zona marginalizada. E passei muito tempo lá. E tratei muitos pacientes desta área", declarou ao canal Fox News em novembro.

Candidatura de Ben Carson perdeu fôlego por falta de propostas em temas importantes

Carson liderou por um breve momento a primária republicana, com uma imagem serena e de fala pausada, um contraste com a disputa vociferante que acontecia ao seu redor.

Sua candidatura, que inicialmente recebeu apoio entre os cristãos conservadores, perdeu fôlego pela falta de propostas e respostas claras sobre temas importantes.

O neurocirurgião aposentado, integrante da Igreja Adventista do Sétimo Dia, se apresentara como uma alternativa ao furioso Trump, pregando tolerância e compromisso.

Trump o criticou sem trégua durante as primárias, ao acusar o adversário de ter um caráter "patológico".

Mas Carson aderiu à campanha do magnata depois de abandonar a disputa em março, descrevendo o ex-rival como "um homem muito inteligente e profundamente interessado pelo país".

Ben Carson levou Trump a um visita aos bairros marginalizados de Detroit em setembro, quando o agora presidente eleito tentava melhorar sua imagem entre os eleitores da comunidade negra.

E saiu em defesa de Trump após a divulgação de um áudio de 2005 em que o republicano celebrava o fato de apalpar as mulheres.

Sonho americano

A história de Carson, 65 anos, é o padrão do sonho americano: nasceu pobre, foi criado por uma mãe analfabeta que se casou aos 13 anos e que foi abandonada pelo marido.

Estudante exemplar, ganhou bolsa da Universidade de Yale e estudou na Faculdade de Medicina da Universidade de Michigan.

Aos 33 anos se tornou diretor de Neurocirurgia Pediátrica da Universidade Johns Hopkins. Recebeu aclamação mundial em 1987 ao realizar a primeira operação que teve sucesso para separar siameses unidos pela cabeça.

Se aposentou em 2013 e passou ser conhecido nos círculos conservadores, com o discurso de como a fé e os valores familiares o ajudaram a superar as dificuldades e a realizar seu sonho.

Sempre fala sobre a responsabilidade individual, o que o levou a criticar o estado de bem-estar, que segundo ele cria uma dependência entre os mais pobres.

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