O Vaticano e a União das Nações Sul-Americanas (Unasul) apresentaram ao governo e à oposição uma fórmula para reativar o diálogo sobre a grave crise política e econômica na Venezuela, congelado nesta terça-feira pelos adversários do presidente Nicolás Maduro.
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"Consideramos que se deve iniciar uma etapa que nos leve à reativação, consolidação e sustentabilidade do diálogo nacional, para o qual apresentamos às partes uma proposta de trabalho", assinala um comunicado lido por Claudio Maria Celli, enviado da Santa Sé para as conversações.
Os mediadores pedem aos poderes públicos que se "abstenham de ditar decisões que dificultem a relação ou o processo de diálogo até 13 de janeiro de 2017".
O secretário-geral da Unasul, Ernesto Samper, pediu "um cessar-fogo político" ao destacar que "não convém ao país a politização e muito menos transformar as instituições em partidos".
Representantes do governo e da coalizão opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD) se reuniram separadamente, em Caracas, com Celli, Samper e os ex-presidentes Leonel Fernández (República Dominicana) e Martín Torrijos (Panamá), mediadores da Unasul.
Celli expressou sua esperança de que, durante o prazo determinado, as partes trabalhem "de maneira imediata nas mesas temáticas do diálogo" iniciado no dia 30 de outubro passado.
Governo e oposição instalaram quatro mesas, sobre relações institucionais, respeito aos direitos humanos, situação sócio-econômica e cronograma eleitoral.
As partes deveriam celebrar nesta terça-feira a terceira reunião do diálogo, mas a oposição anunciou que voltará à mesa de negociações apenas quando o governo aceitar adotar uma saída eleitoral para o conflito e libertar os "presos políticos".
"Continuamos no mecanismo de diálogo, mas não vamos participar", declarou o secretário-executivo da MUD, Jesús Torrealba, referindo-se ao encontro com o governo nesta terça-feira.
Segundo ele, a oposição manterá contato "unicamente" com os facilitadores, em especial com os representantes do Vaticano.