O ex-presidente francês François Hollande advertiu seu sucessor, Emmanuel Macron, nesta terça-feira (22), para não ir longe demais na reforma trabalhista prevista para setembro. "Não se deve pedir aos franceses sacrifícios que não sejam úteis", disse o ex-presidente socialista. Bem silencioso desde que deixou o posto, em maio, Hollande falou com a imprensa durante um festival de cinema. "Não se deve flexibilizar o mercado de trabalho além do já fizemos, pois pode criar rupturas", opinou.
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A advertência foi lançada no mesmo dia em que o governo começa a apresentar aos sindicatos e aos representantes patronais suas primeiras propostas sobre a reforma do código trabalhista. As medidas tendem a favorecer a criação de empregos, dando mais flexibilidade às empresas, num país em que o desemprego atinge quase 9,5% da população ativa.
As propostas já foram denunciadas por alguns sindicatos e pela esquerda radical, que convocaram manifestações no começo de setembro. "O que deve ser feito é apoiar o que foi começado, o investimento, o consumo, o poder de compra, e evitar qualquer decisão que vá contra essa tendência", afirmou Hollande nesta terça.
Recuperação
O crescimento e o emprego começaram a dar sinais de recuperação nos últimos meses, e o ex-chefe de Estado, com popularidade muito baixa ao fim do mandato, quis defender sua ação diante dos jornalistas.
"Os resultados já estão aqui. Estou muito feliz pelo meu país", disse. "Herdei uma situação muito difícil, que era a da crise. Meu sucessor tem uma situação melhor, que bom", completou o ex-presidente.