Negociações

Trump e Xi Jinping acordam manter sanções à Coreia do Norte

A intenção é conseguir avanços na desnuclearização da península coreana, informou a Casa Branca

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Publicado em 09/03/2018 às 21:52
Foto: Jung Yeon-Je / AFP
A intenção é conseguir avanços na desnuclearização da península coreana, informou a Casa Branca - FOTO: Foto: Jung Yeon-Je / AFP
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Os presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, e da China, Xi Jinping, acordaram nesta sexta-feira (9) continuar com a sanções contra a Coreia do Norte até que se consigam avanços na desnuclearização da península coreana, informou a Casa Branca.

Trump e Xi mantiveram uma conversa por telefone e "se comprometeram a manter a pressão e as sanções até que a Coreia do Norte dê passos concretos rumo a uma desnuclearização completa, verificável e irreversível", informou a Presidência em nota oficial.

Segundo a Casa Branca, nesta conversa Trump manifestou a esperança de que "o líder norte-coreano Kim Jong Un possa escolher um caminho brilhante para o futuro da Coreia do Norte".

A China, aliada de Pyongyang, era um ator central na estratégia americana de pressionar o governo de Kim Jong Un a abandonar seu programa de armas nucleares e interromper seus testes com mísseis balísticos.

Depois do surpreendente anúncio da reunião entre Trump e Kim, o líder chinês expressou sua esperança de que as conversações aconteçam o quanto antes.

"Espero que os Estados Unidos e a Coreia do Norte entrem em contato e dialoguem o quanto antes", declarou Xi, segundo a agência de notícias Xinhua.

Em geral, a comunidade internacional expressou apoio à iniciativa de uma reunião de cúpula entre Trump e Kim, mas com uma cautela evidente com relação à possibilidade de resultados imediatos.

Apoio cauteloso

Esta posição é compartilhada por um dos principais aliados asiáticos de Washington, o governo do Japão, que também defendeu que se mantenha a política de pressão sobre Pyongyang.

Em uma mensagem pela televisão, o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, disse que apreciava "enormemente" a mudança de retórica por parte da Coreia do Norte em relação à eliminação das armas nucleares, mas manteve a cautela.

"Não há mudanças na política para Japão e Estados Unidos", afirmou. "Vamos continuar exercendo uma pressão máxima até que a Coreia do Norte tome ações concretas até uma 'desnuclearização' perfeita, verificável e irreversível", disse.

Para a Casa Branca, a campanha de "pressão máxima" também inclui insistir com a China, aliada da Coreia do Norte, para que assuma um papel mais ativo a fim de convencer Pyongyang a abandonar seu programa de armas nucleares.

O presidente chinês, Xi Jinping, já expressou sua confiança de que "Estados Unidos e Coreia do Norte entrem em contato e dialoguem o quanto antes".

Em Nova York, o secretário-geral da ONU, António Guterres, saudou a "liderança e visão" mostrada por Trump e Kim em avançar até um encontro.

Guterres "se sente alentado pelo anúncio de uma concordância" para realizar a reunião e "elogia a liderança e a visão de todos os interessados", declarou o porta-voz da ONU, Stéphane Dujarric.

Para a Rússia, a reunião é "um passo em uma boa direção" e "necessária para normalizar a situação", afirmou seu chanceler, Sergei Lavrov, que também expressou satisfação pelo encontro que será mantido pelos dirigentes das duas Coreias no final de abril.

A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), por sua vez, expressou sua esperança de que o esforço por uma reunião permita "progressos concretos na questão nuclear norte-coreana".

Enquanto isso, a União Europeia (UE) considerou "que a disposição" de Trump em aceitar o convite de Kim é "um acontecimento positivo", enquanto a chanceler alemã, Angela Merkel, avaliou que oferece "uma luz de esperança".

Não obstante, o espetacular anúncio do encontro entre Trump e Kim pareceu pegar de surpresa o secretário de Estado americano, Rex Tillerson, que está em uma viagem pela África.

Durante uma visita a Dijbuti, Tillerson disse nesta sexta-feira que a abertura mostrada por Kim foi "um pouco surpreendente para nós", depois de um ano de agressiva retórica e tensões militares.

Na véspera, poucas horas antes do anúncio sobre a reunião, Tillerson estava na Etiópia, e durante coletiva de imprensa opinou que a ideia de "negociações" diretas entre Washington e Pyongyang ainda estava longe.

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