ASSÉDIO SEXUAL

Autoridades chinesas investigam mestre budista denunciado por assédio sexual

A denúncia contra o monge budista foi desmentida por seu monastério

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Publicado em 02/08/2018 às 16:10
Foto: WANG ZHAO / AFP
A denúncia contra o monge budista foi desmentida por seu monastério - FOTO: Foto: WANG ZHAO / AFP
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As autoridades religiosas chinesas iniciaram nesta quinta-feira (2) uma investigação sobre um monge budista acusado de ter assediado sexualmente seis monjas, uma denúncia desmentida por seu monastério.

Um relatório elaborado por duas ex-monjas e divulgado pela internet no início desta semana provocou um escândalo que atingiu o mestre Xuecheng, membro do Partido Comunista, e o monastério Longquan, que ele dirige.

Xuecheng é acusado de enviar mensagens de celular com tom desinibido ou ameaçador a seis monjas para forçá-las a ter relações sexuais com ele. 

Quatro delas aceitaram sua petição, depois dele ter lhes assegurado que o sexo fazia parte de sua formação budista, segundo o relatório, que também denuncia a situação precária das finanças do monastério. 

"Recebemos os elementos e o conteúdo descrito no relatório e começamos uma investigação e um trabalho de verificação destas afirmações", indicou nesta quinta-feira a administração estatal encarregada dos assuntos religiosos.  

Segundo o jornal oficial Global Times, as autoridades convocaram e interrogaram Xuecheng, mas em seguida o deixaram em liberdade.

O monastério de Longquan desmentiu as acusações em um comunicado. Além disso, criticou que no relatório aparecem "provas traficadas" e denunciou "uma tentativa deliberada de prejudicar" o mestre Xuecheng e seu monastério. 

Xuecheng, chefe da Associação budista chinesa e membro da câmara consultiva do Parlamento chinês, é uma celebridade na China, onde milhões de fiéis acompanham suas publicações no Weibo, o equivalente ao Twitter no país. 

Abuso sexual na China

Na China, não existe nenhuma definição legal do abuso sexual, uma prática muito estendida no país. A campanha #MeToo, que teve um impacto mundial após a revelação do caso Weinstein, motivou estudantes chinesas a denunciarem casos de agressão e de assédio sexual em campi universitários. 

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