As autoridades sul-coreanas começaram na quinta-feira (22) a desmantelar o maior matadouro de cães do país, onde os defensores dos animais estão lutando para impedir o consumo de carne canina.
A carne de cachorro faz parte da tradição culinária da Coreia do Sul, onde cerca de um milhão de cachorros são comidos por ano, segundo estimativas.
No entanto, esse consumo está em declínio. Os sul-coreanos consideram o cão cada vez mais como um animal de estimação e não como um animal de fazenda destinado a acabar na panela. Esta prática está se tornando um tabu entre os jovens e os defensores dos direitos dos animais são cada vez mais ouvidos.
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O complexo Taepyeong-dong, localizado na cidade de Seongnam, sul de Seul, agrupava pelo menos seis matadouros, que abrigavam centenas de cães e era um dos principais fornecedores de carne canina de restaurantes especializados em todo o país.
Parque
O lugar será desmantelado em dois dias e se transformará em um parque público, explicaram as autoridades municipais.
Os defensores dos animais denunciaram os maus-tratos dos trabalhadores com os cães, e os acusaram de matar de uma maneira cruel, como por exemplo eletrocutá-los antes de matá-los na frente de outros cães trancados em gaiolas.
Ao visitar o matadouro na quinta-feira, os ativistas encontraram equipamentos para eletrocutar e cadáveres de cães abandonados, segundo a organização norte-americana Humane Society International.
"É um momento histórico", declarou a associação dos defensores coreanos dos diretos dos animais, Kara, em seu blog. "Isto abrirá o caminho para novos fechamentos de matadouros de cães em todo o país e acelerará o declínio da indústria de carne canina como um todo".
Segundo um estudo realizado no ano passado, 70% dos sul-coreanos não comem carne de cachorro, mas só 40% consideram que o consumo dever ser proibido.
Cerca de 65% das pessoas entrevistadas acreditavam que os cães tinham que ser criados e mortos nas melhores condições.
Não existe uma lei que regule o abate de cachorros na Coreia do Sul. Os criadores pedem ao governo que sujeite este setor aos mesmos regulamentos que o gado, mas os defensores do animal exigem sua total abolição.