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Poluição

Carvão, o grande poluidor que continua sendo amplamente utilizado

A sua demanda se mantém principalmente na Ásia; a China é o país que mais consome

AFP
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Publicado em 30/11/2018 às 9:06
PATRIK STOLLARZ/AFP
A capital mais afetada pela poluição foi Nova Délhi, onde os cálculos apontam que quase 54 mil pessoas morreram devido à toxicidade das partículas PM2.5 suspensas no ar - FOTO: PATRIK STOLLARZ/AFP
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O carvão é o maior emissor de CO2, mas continua sendo a principal fonte de energia no mundo e sua demanda se mantém, especialmente na Ásia. A demanda mundial de carvão voltou a aumentar desde 2017, depois de dois anos de queda, a 5.357 Mtec (milhões de toneladas equivalentes de carvão), segundo cifras da Agência Internacional da Energia (AIE).  

A Ásia, e em particular China, é o maior consumidor. 

O carvão é utilizado principalmente para gerar eletricidade. As usinas de carvão continuam sendo a maior fonte de produção de eletricidade do mundo (40%, à frente do gás). As centrais de carvão chinesas têm aumentado sua produção desde 2017, mas ela pode cair com a pressão das políticas que buscam melhorar a qualidade do ar nas cidades chinesas, afirma a AIE.

A Índia poderá substituir a China no posto de maior consumidor de carvão do mundo. Outros países registraram também um forte crescimento no consumo, entre eles Indonésia, Malásia, Paquistão, Filipinas e Vietnã.

"Muitos países em desenvolvimento consideram que o carvão é importante para seu desenvolvimento econômico devido à sua disponibilidade e a seu custo relativamente baixo", apontou a agência internacional.

No longo prazo, a AIE prevê que a demanda se estabilize em torno aos 5,4 bilhões de toneladas para 2040. A queda da demanda da China, da União Europeia e dos Estados Unidos se veria compensada pelo aumento na Índia e no sudeste asiático. 

Papel do carvão

O carvão desempenha um papel importante nas emissões de gases de efeito estufa. Também foi responsável por 40% das emissões de CO2 em 2017, à frente do petróleo (34%) e do gás (19%), segundo a associação Global Carbon Project.  

Dados os riscos para o clima, a AIE acredita que "é preciso uma ação urgente" para apoiar a captura e o armazenamento de carvão (CAC).  Esta tecnologia, que consiste em captar o CO2 que sai das chaminés para armazená-lo nos solos, é muito cara.

Existem somente duas grandes centrais de captura e armazenamento de carvão: Petra Nova em Texas e Boundary Dam no Canadá. Um grande projeto no Mississipi (Estados Unidos) fue abandonado.

As capacidades de captação de CO2 se elevam a apenas 2,4 milhões de toneladas por ano. Será preciso chegar a 350 milhões de toneladas até 2030 para respeitar os acordos de Paris sobre o clima, segundo a AIE.

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