RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Brasil e EUA deixaram de ser 'inimigos', afirma Bolsonaro

Os dois governos comprometerem-se a uma 'parceria mais intensa e muito mais elevada'

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Publicado em 02/01/2019 às 17:16
Fotos: Jim Watson/AFP | Mauro Pimentel/AFP
Os dois governos comprometerem-se a uma 'parceria mais intensa e muito mais elevada' - FOTO: Fotos: Jim Watson/AFP | Mauro Pimentel/AFP
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O novo presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, assegurou nesta quarta-feira (2) que o seu país e os Estados Unidos deixaram de ser "inimigos", após se reunir em Brasília com o secretário de Estado americano, Mike Pompeo.

Bolsonaro recebeu o enviado de Donald Trump no Palácio do Planalto.

"Tem havido uma longa tradição no Brasil de eleger presidentes que por alguma razão eram inimigos" dos Estados Unidos, declarou Bolsonaro a jornalistas americanos que acompanhavam Pompeo, em uma clara referência aos governos de Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010) e Dilma Rousseff (2011-2016).

"Agora é o contrário, somos amigos", comemorou o presidente, que busca estabelecer um eixo conservador com Estados Unidos e Israel.

Encontro

Mais cedo, o novo ministro brasileiro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, e Pompeo comprometeram-se a construir uma "parceria mais intensa e muito mais elevada" e lutar juntos contra "regimes autoritários" como Cuba e Venezuela.

O encontro entre os dois líderes aconteceu no Palácio Itamaraty, em Brasília, e faz parte do novo alinhamento geopolítico do governo de extrema direita de Jair Bolsonaro.

Depois, Pompeo foi recebido por Bolsonaro no Palácio do Planalto, onde na terça-feira recebeu a faixa presidencial das mãos do agora ex-presidente Michel Temer.

Araújo declarou que teve uma "excelente conversa sobre como construir uma parceria mais intensa e muito mais elevada com os Estados Unidos", ressaltando que discutiram "sobre trabalhar juntos pelo bem e por uma ordem internacional diferente, que corresponda aos valores dos nossos povos".

O ministro afirmou ainda que a nova relação com os Estados Unidos é consequência de um "realinhamento" interno e que "um país grande não precisa renunciar às suas ideias para criar oportunidades econômicas", ao ser perguntado sobre se o alinhamento com o governo de Trump pode representar riscos comerciais com outros países, em uma referência velada à China.

Durante a campanha, Bolsonaro acusou Pequim, maior parceiro comercial do país, de estar "comprando o Brasil".

Pompeo afirmou, por sua vez, que a aproximação com a maior potência latino-americana é "uma oportunidade transformadora para as duas nações" no âmbito do comércio e da segurança.

"E é uma oportunidade para trabalharmos juntos contra os regimes autoritário de todo mundo", como Cuba, Venezuela e Nicarágua.

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