O líder parlamentar opositor Juan Guaidó, autoproclamado presidente interino da Venezuela, convocou uma "grande mobilização" para a próxima semana para exigir a saída do presidente Nicolás Maduro, em sua primeira aparição pública desde que prestou juramento há dois dias.
"Os que acreditam que murchamos, vão ficar na vontade porque aqui tem gente na rua para muito tempo até que consigamos o cessar da usurpação, um governo de transição e eleições livres", disse Guaidó, em uma praça de Chacao (leste), ao destacar que a data será informada no domingo.
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Como parte da ofensiva opositora, o líder parlamentar pediu no sábado a seus seguidores para se organizar com seus líderes locais e no domingo, para replicar e difundir a lei de anistia que propôs aos militares que não reconheçam Maduro.
"Chegou o momento de se colocar ao lado da Constituição, de respeitar e se posicionar ao lado do povo", disse Guaidó, ao enviar uma mensagem à Força Armada, que na quinta-feira manifestou sua "lealdade absoluta" a Maduro.
Centenas de seguidores repetiam em coro na praça: "Presidente, presidente", "Guaidó, amigo, o povo está contigo!", "Sim, podemos!".
Ao mesmo tempo que Guaidó chefiava o comício em Chacao, o chefe de Estado socialista dava uma coletiva de imprensa no Palácio de Miraflores, em que reiterava as denúncias de um "golpe de Estado em andamento".
Presidente interino
Guaidó se autoproclamou presidente interino invocando o artigo 233 da Constituição, que destaca a existência de uma vacância de poder com a renúncia, a incapacidade mental, a morte do presidente ou o abandono do cargo, um ponto polêmico, pois o Congresso já o tinha declarado em 2017, embora suas decisões sejam consideradas nulas pela Corte suprema.
Na quarta-feira passada, governistas e opositores foram às ruas maciçamente nas primeiras grandes manifestações desde os protestos de 2017, que deixaram 125 mortos.