Entre eventos noturnos e tuítes matinais, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, é conhecido por só precisar de quatro horas de sono, mas seu jovem convidado ao discurso sobre o Estado da União, Joshua Trump, demonstrou não ter a mesma disposição.
O menino de 11 anos, que não tem parentesco com o presidente, mas tem sofrido bullying na escola devido ao seu sobrenome, foi ao Congresso para o tradicional discurso anual do presidente como convidado especial da Casa Branca.
Usando uma camisa branca e uma gravata escura, o garoto parecia muito 'presidencial' quando teve início o solene ato político transmitido em horário nobre para uma audiência maciça. Mas não demorou a sucumbir à cadência aparentemente monótona das palavras de Trump.
Sentando muito perto da primeira-dama, Melania Trump, o pequeno Joshua, estudante de uma escola de Delaware, pareceu ter achado seus 15 minutos de fama muito cansativos.
As imagens de seu cochilo rapidamente viralizaram no Twitter, onde muitos o chamaram de talismã pouco provável da "resistência" anti-Trump. "Joshua Trump falou por todos os americanos", comentou um internauta.
"Joshua Trump é um Trump que posso apoiar", brincou outro, enquanto um terceiro se mostrou entusiasmado: "Nem todos os heróis usam capas".
Também houve comentários de que o simples fato de estar lá, sob os holofotes, era um ato de intimidação.
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Bullying
Obrigado a suportar meses de bullying por ter o mesmo sobrenome que o presidente, Joshua saiu da escola e disse a sua mãe que havia perdido a vontade de viver.
Segundo contou em uma entrevista, ficar famoso nunca foi o seu objetivo.
"Me dizem que sou parente de Donald Trump e eu respondo: 'Eu estaria aqui se fosse parente dele?'", declarou o jovem Joshua ao site de notícias Inside Edition em dezembro.
O bullying constante foi tanto que seu pais finalmente o tiraram da escola em 2017 e o ensinaram em casa durante um ano, antes de rematriculá-lo quando deveria começar o Ensino Fundamental II.
A direção do instituto instruiu seus professores para que não usassem mais o sobrenome do rapaz e obrigou cinco estudantes a se desculparem com ele.
Melania Trump fez de sua campanha contra o bullying e a intimidação seu principal legado como primeira-dama, embora tenha havido poucos passos concretos além de aparições públicas e mesas-redondas.
Sua campanha foi ofuscada, no entanto, pelas frequentes críticas que seu marido recebe por difamar publicamente seus inimigos políticos, seus opositores e os meios de comunicação, bem como por colocar apelidos agressivos em muitos deles.
"A primeira-dama está em uma posição muito difícil", disse à AFP Claudio Cerullo, fundador do site TeachAntiBullying.org.
"Tomara que tenha algum impacto com seu marido".