Nove túmulos do cemitério judeu da cidade argentina de San Luis (centro-oeste do país) foram profanados durante o fim de semana, informou nesta segunda-feira (25) a Delegação de Associações Israelitas Argentinas (Daia).
"A Daia repudia o ataque. O ato de vandalismo foi realizado por desconhecidos que pularam os muros e destruíram mármores, placas, objetos de bronze e outros objetos que estavam no local", segundo um comunicado da entidade enviado à imprensa.
Ariel Braverman, dirigente do grupo político Libres del Sur, declarou à imprensa que "foi como em 2009, quando profanaram as sepulturas dos meus bisavós Marcos Braverman e María Blejer e outras sete no cemitério de San Luis", capital da província homônima, localizada 900 km ao noroeste de Buenos Aires, onde vivem cerca de 500 mil pessoas.
"Foi um terrível ato de neonazismo, intolerância e ódio por parte dos setores do obscurantismo medieval de San Luis que muitos de nós conhecem", disse Braverman.
A comunidade judaica da Argentina é composta por cerca de 190 mil pessoas e é uma das maiores da América Latina.
Leia Também
Crescimento
No último relatório anual da Daia, divulgado em setembro passado, foi registrado um crescimento de 14% nos atos antissemitas no país no último ano, "com a maior parte registrada nas redes sociais".
Atos contra judeus também foram registrados nas duas últimas semanas em Paris, onde várias paredes foram pichadas com mensagens antissemitas e uma suástica apareceu sobre um retrato de Simone Veil, ex-ministra francesa e sobrevivente do Holocausto.
Há uma semana, milhares de pessoas se reuniram em toda França para denunciar o aumento do antissemitismo no país, horas depois de cerca de 80 sepulturas serem profanadas em um cemitério judeu no país.
Na Argentina, na década de 1990, dois grandes atentados contra alvos ligados à comunidade judaica foram realizados no país. O primeiro, contra a embaixada de Israel e outro em uma associação, que deixou dezenas de mortos e feridos. Desde então, apenas ações isoladas foram registradas no país.