Dezenas de milhares de pessoas saíram às ruas de Hong Kong neste domingo para protestar contra um projeto do governo local destinado a autorizar as extradições para a China continental.
Essa manifestação, a maior organizada em Hong Kong nos últimos anos, contou com mais de 20 mil participantes, segundo a polícia.
O protesto ocorre dias após quatro importantes personalidades do movimento pela democracia da ilha terem sido condenadas, com até 16 meses de prisão, pelo envolvimento nas manifestações que paralisaram a ex-colônia britânica em 2014 e que provocaram a ira de Pequim.
"São professores, pessoas eminentes que contribuem para a sociedade", declarou à AFP Fanly Leung, um contador de 61 anos. "Não é justo encarcerar estas pessoas respeitáveis", destacou.
Durante o protesto, foi exigida a demissão de Carrie Lam, a dirigente pró-Pequim da administração de Hong Kong.
Projeto
Hong Kong conta atualmente com um sistema jurídico distinto da China, em virtude do princípio "um país, dois sistemas".
Mas Hong Kong anunciou no início deste ano um projeto para revisar suas regras de extradição, permitindo assim, "caso por caso", o envio de exilados para a China continental pela primeira vez.
O projeto, muito criticado pela falta de transparência do sistema jurídico chinês, o qual aplica a pena de morte, está em análise no parlamento local.
Além dos protestos nas ruas, esta iniciativa preocupa também os empresários, que temem que afete a atratividade do mercado financeiro da ilha.