A viagem do presidente Jair Bolsonaro a Nova York, nos Estados Unidos, para receber o prêmio "Pessoa do Ano" não vai mais acontecer. Isso porque o chefe do Executivo decidiu cancelar a ida por conta de "ataques" feitos pelo prefeito de Nova York, Bill de Blasio, informou o porta-voz da Presidência, Otávio Rêgo Barros.
"O presidente da República agradece a homenagem proposta pela Câmara de Comércio Brasil-EUA, ao escolhê-lo 'Personalidade do Ano de 2019'', disse a nota. "Entretanto, em face da resistência e dos ataques deliberados pelo prefeito de Nova York e da pressão de grupos de interesses sobre as instituições que organizam, patrocinam e acolhem suas instalações o evento anualmente, ficou caracterizada a ideologização da atividade", completou.
A ida de Bolsonaro aos Estados Unidos estava prevista para acontecer entre os dias 13 e 15 de maio e contaria também com uma passagem por Miami, onde o presidente se reuniria com parlamentares republicanos, como o senador Marco Rubio.
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Críticas
Desde que o Museu de História Natural de Nova York se recusou a receber o evento houve várias manifestações para pressionar patrocinadores a não vincular o seu dinheiro e nem suas marcas ao evento. Com a recusa do museu, o hotel New York Marriot aceitou receber o jantar e também foi alvo de manifestações.
Em uma carta enviada ao hotel, o senador estadual democrata Brad Hoylman, representante da comunidade gay, disse que Bolsonaro era "homofóbico perigoso e violento, que não merece uma plataforma pública de reconhecimento em nossa cidade". O Marriot tem histórico de apoiar a causa LGBT.
Segundo Hoylman, não é possível adotar os dois lados. "Apoio aos LGBT ou a um notório homofóbico", disse o senador.
Em abril, o presidente virou alvo de críticas do prefeito de Nova York, que o chamou de homofóbico, racista e destrutivo. Bill de Blasio também disse que Bolsonaro não era bem-vindo à cidade.