Os Estados Unidos anunciaram neste sábado (22) que o plano de paz para o Oriente Médio que apresentarão na semana que vem no Barein busca levantar mais de 50 bilhões de dólares e criar 1 milhão de postos de trabalho para os palestinos.
Ao revelar detalhes do plano, batizado de Da Paz à Prosperidade, o governo de Donald Trump disse que a iniciativa pretende reformar a economia palestina, gerar mais investimentos estrangeiros e melhorar radicalmente a infraestrutura e governança interna na Cisjordânia e Faixa de Gaza.
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A conferência que será realizada na terça e quarta-feira em Manama, liderada pelo genro e conselheiro do presidente americano, Jared Kushner, será uma oportunidade para apresentar este plano, que, mais tarde, incluirá um componente político, segundo as autoridades.
Mas a Autoridade Palestina já anunciou seu boicote ao plano, considerando que o governo Trump, que apoia abertamente Israel, tenta comprar os palestinos e, assim, privá-los de um Estado independente.
A Casa Branca classifica o plano, que deverá ser discutido em detalhes no Barein com autoridades financeiras dos ricos países árabes do Golfo, como histórico. "Representa o esforço internacional mais ambicioso e abrangente para o povo palestino até agora", afirma a Casa Branca em um documento divulgado neste sábado.
"O plano pode transformar a Cisjordânia e Gaza de maneira fundamental, e abrir um novo capítulo na história palestina, um capítulo definido não por dificuldades e perdas, mas por liberdade e dignidade", segundo o Executivo americano.
O objetivo é levantar mais de 50 bilhões de dólares para os palestinos na próxima década e dobrar o seu PIB. Segundo a Casa Branca, a iniciativa pode transformar a economia palestina, criando mais de 1 milhão de empregos.
Polêmica
Arriscando irritar os líderes palestinos, o governo americano diz que o dinheiro arrecadado será administrado por um banco internacional de desenvolvimento, para garantir uma melhor governança e evitar a corrupção.
O presidente palestino, Mahmud Abbas, rejeitou hoje a proposta americana e reiterou que, primeiramente, deve haver uma solução política para o conflito entre israelenses e palestinos. Em comunicado, estimou que "a situação econômica não deve ser discutida antes de haver uma discussão sobre a situação política".
Uma conselheira de Abbas, Hanan Ashraui, também rejeitou, no Twitter, os primeiros detalhes do plano de paz: "Primeiramente, é preciso levantar o bloqueio a Gaza, parar com o roubo israelense de nossa terra, recursos e fundos, devolver a nossa liberdade de movimento e o controle sobre nossas fronteiras, espaço aéreo, águas territoriais, etc. Depois, verão como construiremos uma economia vibrante e próspera, como um povo livre e soberano."
Além de conselheira de Abbas, Hanan é membro do comitê executivo da Organização para a Libertação da Palestina (OLP).