Em meio à corrida espacial contra os russos, os nomes de Neil Armstrong e Buzz Aldrin brilharam. os Estados Unidos foram os responsáveis por levar os primeiros homens a pisar em solo lunar. Porém, a narrativa que muitas vezes é esquecida pela história é a de Katherine Johnson, a matemática responsável pelos cálculos de trajetórias espaciais que tornaram esta conquista possível.
Leia Também
Apollo 11
Katherine foi a responsável por calcular a trajetória do Apollo 11, missão que, neste sábado (20), completa 50 anos. Como integrante do Centro de Pesquisas da NASA, nos anos anteriores, ela trabalhou mais de 14 horas diárias no retorno da missão. Johnson calculou o momento em que o módulo lunar Eagle, do qual desceriam os astronautas, deveria abandonar a Lua e pudesse, assim, retornar à Terra.
Um ano depois, em 1970, ela trabalhou na missão da Apollo 13. Assim que a missão foi abortada em decorrência de uma explosão no módulo de serviço, na ida da viagem, ela trabalhou nos procedimentos que auxiliaram o retorno em segurança dos astronautas para a Terra. Mais tarde, Katherine ainda trabalharia no programa dos ônibus espaciais, nos satélites de observação terrestres e na futura missão a Marte.
‘Freedom 7’
Em 1962, o astronauta, John Gleen depositou sua confiança na cientista de 44 anos, ao afirmar que estaria pronto para embarcar em seu voo se os cálculos de Johnson estivessem de acordo com os do computador, pouco precisos e não tão confiáveis à época. A missão chamada de Freedom 7 levou o primeiro norte-americano a entrar em órbita da Terra, a bordo da cápsula espacial Friendship 7.
Vida e história
Katherine Coleman nasceu 1918, em White Sulphur Springs, West Virginia. Desde cedo demonstrou talento para a matemática e se formou no ensino médio com apenas 14 anos. Ingressou em uma das faculdades apenas para negros e, lá, fez todos os cursos de matemática oferecidos.
Após a Suprema Corte americana permitir, parcialmente, a associação de negros em pós-graduações, Katherine se tornou a única mulher entre três negros selecionados a integrar a principal Universidade do estado, a West Virginia University.
‘Computador humano’
Após ser avisada de um processo seletivo para mulheres negras na Nasa, Katherine, quando tinha 35 anos, integrou o time e se tornou técnica, na função chamada de ‘computador humano’. Logo após, o conhecimento dela em geometria analítica abriu espaço na equipe de pesquisa de voo, inteiramente composta por homens.
Legado
Katherine se aposentou só aos 68 anos. Em 33 anos de contribuição, a cientista escreveu 26 relatórios espaciais e esteve na equipe responsável pela realização do Ônibus Espacial e do Satélite de Recursos Terrestres.
Em 2015, a matemática integrou a lista de 17 estadunidenses que receberam a Medalha Presidencial da Liberdade e seu nome foi citado como exemplo pioneiro de mulheres negras na ciência, engenharia, tecnologia e matemática.
Em 2017, o filme ‘Estrelas Além do Tempo’ estreou narrando suas contribuições e de duas outras colegas também negras que integravam a Nasa. No mesmo ano, ela foi homenageada com seu nome no centro de pesquisas da agência.