EUA

'Não há lugar para o ódio em nosso país', diz Trump após tiroteios nos EUA

Trump atribuiu ataques a problemas mentais. Pré-candidata à presidência, Elizabeth Warren, associa violência a racismo e culpa Trump de promovê-lo

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Publicado em 04/08/2019 às 18:24
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Trump atribuiu ataques a problemas mentais. Pré-candidata à presidência, Elizabeth Warren, associa violência a racismo e culpa Trump de promovê-lo - FOTO: Foto: AFP
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O presidente Donald Trump afirmou neste domingo que "não há lugar para o ódio" nos Estados Unidos, após dois tiroteios no país, que deixaram 29 mortos no total.

Trump atribuiu a violência a "problemas mentais": "Temos que fazer com que isso pare. Isso está acontecendo há anos em nosso país", disse Trump em Nova Jersey.

Ataques

Os americanos acordaram chocados no domingo, divididos entre a dor e a raiva após dois ataques a tiros deixarem 29 mortos no Texas e em Ohio, o que reavivou o debate sobre armas de fogo e a retórica incendiária de Donald Trump.

Em El Paso, cidade texana que faz fronteira com o México e predominantemente hispânica, 20 pessoas foram assassinadas num supermercado, e menos de 13 horas depois, outras nove faleceram numa área boêmia em Dayton, Ohio. 

No Texas, as autoridades locais anunciaram que vão pedir a pena de morte para o agressor de El Paso, um homem branco de 21 anos, que teria uma motivação racista para realizar a agressão, segundo a polícia.

O caso está sendo tratado como "terrorismo doméstico", anunciou a justiça federal.

"Deus abençoe os habitantes" de ambas as cidades, postou no Twitter o presidente Donald Trump, sem responder às críticas diretas de vários pré-candidatos democratas à presidência que o responsabilizam pelo aumento da violência com armas de fogo.

"Deve ser dito que o próprio presidente promove o racismo e a supremacia branca", disse Elizabeth Warren, pré-candidata democrata.

Em memória às vítimas de ambos massacres, Trump ordenou que a bandeira americana fosse hasteada a meio mastro na Casa Branca e em todos os edifícios e espaços públicos por quatro dias e condenou "esses atos de ódio e covardia". 

"Invasão hispânica do Texas"

El Paso é vizinha da mexicana Ciudad Juárez e seus habitantes mantêm uma intensa dinâmica social e comercial, com cidadãos de ambos os lados indo e vindo para trabalhar, estudar ou fazer compras.

Quando o atirador abriu fogo no sábado indiscriminadamente contra as pessoas que estavam no Walmart em El Paso, a loja estava cheia de clientes principalmente hispânicos. Entre as vítimas mortais há seis mexicanos. 

O governo do México disse neste domingo que será necessário tomar medidas legais "contundentes" para exigir que os Estados Unidos protejam seus cidadãos naquele país.

O homem matou 20 pessoas e feriu outras 26 antes de se render. A polícia investiga um manifesto publicado numa rede social que foi atribuído ao criminoso  no qual o autor descreve  "uma invasão hispânica do Texas" e evoca o massacre perpetrado por uma supremacista branco em mesquitas em Christchurch, Nova Zelândia, no dia 15 de março, que deixou 51 mortos. 

Mais tarde à noite, no outro lado do país, em Ohio, homem levou pânico a uma área de lazer de Dayton. 

Matou nove pessoas, entre elas a própria irmã, e feriu outras 27 em menos de um minuto, antes de ser abatido a tiros pela polícia que patrulhava a área. 

"Se eles não estivessem lá (...) poderíamos ter centenas de mortes e feridos.", disse Nan Whaley, a prefeita da cidade. 

Neste caso, o agressor também usou o fuzil equipado com carregadores de alta capacidade, tinha munições adicionais e vestia um colete à prova de balas, disse Whaley. Os motivos que o levaram a cometer o crime são desconhecidos até o momento. 

O criminoso foi identificado como Connor Betts, um homem branco de 24 anos, e sua irmã, Megan Betts, de 22 anos, está entre os assassinados no massacre, de acordo com a polícia.

Anthony Reynolds, que estava saindo de uma boate com um primo no momento do ataque, descreveu a cena de horror.

"Quando vimos que os corpos começavam a cair, demos conta de que era grave (...) gritamos para as pessoas 'corram, há um atirador' porque muitos estavam chocados e não sabiam o que fazer", disse à MSNBC.

"Atiçar o racismo"

Ambas as tragédias causaram indignação em todo o país. "Nossa nação está triste e indignada com os atos de terror sem sentido que tiraram a vida de pessoas inocentes em El Paso e Dayton", escreveu no Twitter Kellyanne Conway, assessora de Donald Trump.

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