A presidente interina da Bolívia, Jeanine Áñez, afirmou nesta quinta-feira (14) que o ex-presidente Evo Morales não poderá disputar as próximas eleições, mas que o partido dele, o Movimento ao Socialismo (MAS), está apto a concorrer.
"Diga ao MAS que eles têm todo o direito de participar das eleições e que procurem um candidato. Evo e Álvaro [García Linera, ex-vice-presidente], no entanto, não estão qualificados para um quarto mandato", disse Jeanine Áñez, sem dar mais detalhes.
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Na terça-feira (12), depois de se declarar presidente perante uma Assembleia Legislativa sem quórum, Jeanine disse que convocará eleições, o mais depressa possível, e revogará a decisão do Tribunal Constitucional que permitiu Morales e García Linera disputarem o quarto mandato, contrariando decisão expressa em referendo. A Bolívia está mergulhada em profunda crise política e social desde as eleições de 20 de outubro, que deram a vitória no primeiro turno ao MAS, mas os resultados foram questionados pela oposição.
Gabinete de emergência
Na noite passada, a presidente interina nomeou um gabinete de emergência, com apenas 11 ministros, para iniciar a transição após as pressões militares e policiais que levaram o então presidente Evo Morales à renúncia, abrindo uma crise política que já causou 10 mortos e mais de 500 feridos.
Nas ruas de La Paz, prosseguem confrontos entre simpatizantes do MAS e as forças de segurança.
A presidente interina nega que tenha ocorrido golpe de Estado no país, ao contrário do que Morales vem denunciando perante a comunidade internacional. Ele está asilado no México.