A presidente interina da Bolívia, Jeanine Áñez, enviou nesta quarta-feira ao Congresso um projeto de lei para convocar eleições gerais, um mês depois da votação de 20 de outubro que marcou o início dos grandes protestos no país, que deixaram 32 mortos. "Esse projeto pode ser perfeito, gostaríamos, como governo, se for considerado um documento base para gerar um consenso nacional", afirmou a presidente em uma entrevista coletiva. O projeto também propõe a eleição de novas autoridades do órgão eleitoral.
Leia Também
- Confira quais são os desafios de Jeanine Añez, a nova presidente interina da Bolívia
- Brasil e Colômbia lideram pedido na OEA por eleições urgentes na Bolívia
- Confrontos entre manifestantes e militares deixam três mortos na Bolívia
- Presidente da Bolívia diz que anunciará novas eleições em breve
- Sem acordo com oposição, Bolívia pode ter eleições por decreto
- Evo Morales denuncia crimes contra a humanidade na Bolívia
- Bolívia tem 23 mortes em quase um mês de crise social
O ministro da Justiça, Álvaro Coimbra, explicou que o desejo do poder Executivo é a aprovação da lei por parte do Parlamento o mais breve possível, a fim de eleger em um prazo máximo de 15 dias novas autoridades eleitorais, que definirão posteriormente a data das eleições gerais.
A futura norma significa "declarar nulidade das eleições de 20 de outubro", vencidas pelo ex-presidente Evo Morales, após um polêmico processo de recontagem de votos. Segundo o titular da Justiça, o primeiro passo é que o Parlamento aprove a lei para eleger novas autoridades do Tribunal Supremo Eleitoral (TSE) e nove tribunais departamentais (TDE).
Os novos ministros do TSE serão os encarregados de definir a data das eleições para escolher o presidente, o vice-presidente e renovar a totalidade de 130 deputados e 36 senadores.
Violência na Bolívia
A lei, segundo o governo, é de caráter prioritário, para descomprimir a violência social que deixou no último mês 32 mortos.
O ex-candidato derrotado por Morales nas eleições anuladas, Carlos Mesa, que antecipou que voltará a se candidatar, disse que se o Parlamento, controlado pelo partido de Morales, adiar a votação do projeto de lei, Áñez deverá emitir um decreto para convocar um plebiscito.