O último debate entre os candidatos à Presidência da República, realizado na noite dessa quinta-feira (2) pela Rede Globo, foi marcado pela troca de acusações e pela ausência de propostas para o País. Houve uma polarização dos debates entre Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB), este muito à vontade no debate. Aécio por muitas vezes foi convidando por Dilma para responder perguntas. Nas simulações de segundo turno das pesquisas de intenção de voto, Dilma venceria Aécio com mais facilidade. O quadro restabelece a polarização política que domina o País há 20 anos, com as eleições nacionais sendo definidas entre PT e PSDB.
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Aparentando nervosismo, Marina Silva (PSB) também foi uma das mais questionadas pelos outros candidatos. Um tema recorrente da socialista foi a cobrança pela apresentação do programa de governo. Marina apresentou o texto há cerca de um mês, enquanto Aécio só divulgou o seu documento nesta semana e Dilma não apresentou o seu.
Participaram do debate, ainda, Luciana Genro (PSOL), Eduardo Jorge (PV), Levy Fidelix (PRTB) e Pastor Everaldo (PSC).
O primeiro bloco foi marcado pelo bate-boca dos candidatos “nanicos”, que relembraram a polêmica causada por Levy Fidelix quando falou dos homossexuais no debate da TV Record, domingo passado. Eduardo Jorge exigiu que o candidato pedisse desculpas. “Você não tem moral nenhuma quando fala disso”, rebateu Fidelix, acrescentando que Eduardo Jorge é contra posições que defende, como a proibição do aborto e permanência da criminalização das drogas. Em seguida, Fidelix e Luciana Genro deram continuidade ao assunto. A candidata disse que o discurso de ódio de Fidelix é semelhante ao que era pregado pelo nazismo e na época da escravidão.
Outro ponto de destaque foi o enfrentamento entre Marina e Aécio. O tucano questionou sobre o que seria a nova política e uma possível anuência de Marina com o mensalão do PT. A socialista rebateu afirmando que o PSDB também foi conivente com um esquema de compra de votos no Congresso para aprovar o projeto da reeleição. “A nova política está na postura de que, mesmo dentro de um partido, nunca se rendeu ao que é ilícito e ilegal”, respondeu a candidata.
A candidata do PSB citou, no segundo bloco, como proposta para a área de segurança o Pacto Pela Vida, implantando em Pernambuco pelo ex-governador Eduardo Campos, e prometeu ampliar para R$ 6 bilhões os recursos para a área. No terceiro bloco, o Pacto voltou a ser abordado por Marina.
A terceira e a quarta partes do debate foram marcadas por fracos embates entre os três principais candidatos. Dilma e Aécio divergiram sobre os programas sociais e, depois, sobre política econômica, com muitas citações de números, comparando as ações dos governos do PSDB e PT. Dilma e Marina debateram sobre corrupção. As duas candidatas ainda continuaram o embate após a tréplica, com intervenção do mediador.