Desde que se apresentou como candidato ao governo do Estado, Armando Monteiro Neto (PTB) adotou o discurso de que é mais preparado para o cargo do que o seu principal adversário, Paulo Câmara (PSB). Quando as urnas forem fechadas às 17h deste domingo (5), o petebista pode estar próximo de alcançar o objetivo mais desejado da sua trajetória política. Depois de três mandatos como deputado federal, e na metade do atual mandato de senador, Armando tenta, agora, o primeiro cargo no Executivo.
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Criado no ambiente empresarial, Armando comanda uma coligação que tem como um dos principais aliados o PT, partido de origem operária. Ao longo da campanha, contornou críticas que recebeu de setores do partido, que o tachavam de “patrão”. Após a consolidação da aliança, porém, transitou facilmente em meio a centrais sindicais que abertamente lhe declararam apoio.
Formado em administração de empresas e em direito, Armando sempre foi um nome ligado às classes empresariais. Empresário do setor metal-mecânico, foi presidente da Federação de Indústrias de Pernambuco (Fiepe) e da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Armando é divorciado da primeira esposa, com quem teve seus quatro filhos – Armando Bisneto, Maria Cecília, Maria Sophia e Luiz Ignácio – e hoje é casado com a também empresária Mônica Guimarães. A política, pode-se dizer, que é algo que está no sangue. O petebista é filho do ex-deputado federal e ex-ministro de João Goulart, Armando Monteiro Filho, e seu avô materno é o ex-governador Agamenon Magalhães.
Foi na Fiepe e na CNI, enquanto também estava na Câmara Federal, que Armando tomou gosto pelo Executivo. Nas entidades, realizou programas de educação e saúde para operários, acompanhou a construção de escolas do Senai e comandou programas de capacitação de jovens. Temas que estão presentes nas suas propostas de governo.
O hoje petebista ingressou na política em 1990, pelo PSDB, mas não disputou nenhum cargo. Em 1997, migrou para o PMDB e, em 98, foi eleito deputado federal e reeleito quatro anos depois. Insatisfeito com o tratamento recebido pela União por Pernambuco, fundou o Grupo Independente (GI) e atraiu outros deputados federais de peso, como José Chaves, José Múcio Monteiro, Roberto Magalhães e Joaquim Francisco. Na época, todos migraram para o PTB, mas posteriormente alguns deixaram a legenda.
Armando chegou a lançar sua pré-candidatura ao governo em 2006, mas declinou em prol do apoio ao palanque petista. No segundo turno, aliou-se a Eduardo Campos, que venceu a eleição. Quatro anos mais tarde, Armando foi eleito senador na chapa encabeçada pelo socialista, que disputou a reeleição.