O PT avalia que o desempenho do senador Aécio Neves (PSDB) em Pernambuco, único Estado do Nordeste em que a presidente Dilma Rousseff não terminou o primeiro turno na liderança, dependerá do empenho do PSB local e dos familiares do ex-governador Eduardo Campos, morto em um acidente aéreo em meados de agosto.
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Diretório pernambucano do PSB decidiu apoiar Aécio no segundo turno. A viúva de Campos, Renata, já teria autorizado os caciques do partido em Pernambuco a defender a aliança com Aécio mas teria avisado que não pretende entrar na campanha do PSDB.
"Vai depender muito do empenho que o PSB colocar e se eles vão usar a estrutura toda", avalia o senador petista Humberto Costa (PE), coordenador da campanha de Dilma no Estado.
Na terra natal de Campos, Marina abriu mais de 184 mil votos sobre a petista e alcançou 48,05% dos votos válidos. Foi também no Estado onde Aécio teve a sua pior votação: apenas 5,92% dos votos válidos.
Os petistas acreditam que, se o grupo político de Campos - entre eles o governador eleito Paulo Câmara, o prefeito de Recife Geraldo Júlio e a própria Renata - mobilizar a estrutura do Estado em favor do PSDB, Aécio tem como galgar espaços entre o eleitorado de Marina.
Numa campanha marcada pela forte comoção causada pela morte de Campos, o PSB de Pernambuco não só conquistou o governo e o Senado como elegeu oito deputados federais. O PT, que se opôs aos socialistas no Estado, não conseguiu reeleger sequer um parlamentar para a Câmara.
Para Costa, no entanto, a entrada do PSB local na campanha de Aécio o ajudaria a ganhar alguma margem em Pernambuco. Mesmo com a aliança, diz, Dilma deve ser a maior beneficiária dos apoios dados à ex-ministra do Meio Ambiente entre os pernambucanos. "O PSDB nunca teve muita força lá", diz Costa. (Colaboração de Daiene Cardoso e João Domingos).