O debate realizado na noite do domingo, 19, na TV Record reforçou o quadro de equilíbrio entre as candidaturas que disputam a Presidência e mesmo o tom mais ameno adotado pelos presidenciáveis não ajudou o eleitorado indeciso, segundo o cientista político da Tendências Consultoria Integrada, Rafael Cortez. Para ele, existe a possibilidade de um novo aumento de tom no próximo debate, marcado para sexta-feira, 24, na TV Globo o que seria uma "tendência natural".
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Segundo ele, Aécio Neves (PSDB) foi beneficiado pelo tom mais propositivo do debate, que deu mais força ao seu discurso de olhar para frente e evitar o debate retrospectivo. "Em diversas oportunidades ele fez esse tipo de intervenção. Além disso, a questão da Petrobras ganhou de novo espaço", disse Cortez.
Por outro lado, a sinalização constante do tucano de que dará continuidade aos programas do governo pode ter beneficiado a presidente Dilma Rousseff (PT). "Isso pode dar uma força para o eleitor que está em dúvida e pode preferir votar em quem já conhece", ressaltou.
Dessa forma, para Cortez, não houve vencedor claro e o quadro de empate continua. "Não deve ter havido para o eleitor indeciso uma transformação relevante. O debate não foi um fator capaz de gerar um viés, seja para Dilma, seja para o Aécio", avaliou.
Cortez apontou ainda que o tom mais ameno do embate entre os candidatos teve a ver com a percepção das campanhas de que os ataques poderiam já estar prejudicando a imagem dos candidatos, mas que existe a possibilidade de as campanhas estarem "guardando munição" para o próximo encontro. "As pesquisas vão ditar o tom do último debate. A tendência é aumentar o tom. Essa possibilidade não está descartada, é um equilíbrio muito provisório", afirmou.
Nesta segunda-feira, 20, o Datafolha deve divulgar o resultado de nova pesquisa presidencial, com entrevistas feitas após o debate realizado na noite de ontem.